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Divulgação |
A banda mais antiga e tradicional da cidade faz hoje a
abertura da semana carnavalesca em São Paulo. Fundada por Carlos Costa
(Carlão), Luiz Carlos Parreira, Aldo Bueno, Henrique Lisboa (Taubaté), atores
do Teatro de Arena, jornalistas, músicos, artistas e boêmios que frequentavam o
Bar e Restaurante Redondo, a
Banda
Redonda pede passagem, coloca os foliões e sambistas nas ruas no dia 24 de
fevereiro, começa a se arrumar (ou se desarrumar) em frente ao Teatro de Arena Eugênio Kusnet, na Rua Theodoro Baima 94, esquinas da Rua da Consolação com Av.
Ipiranga. A concentração será 19h e a saída do desfile, às 21h. Durante a
concentração haverá o aquecimento com o Carlão, General da Banda de SP e a
entrega do Troféu Banda Redonda para personalidades que fazem a diferença na
cultura, artes, comunicação e no esporte. Os homenageados deste ano são Ítalo
Cardoso (vice-presidente da SPTuris), Juca Ferreira (secretário municipal de
Cultura de SP), Luiz Wagner (músico e compositor), Nicole Puzzi, (atriz ),
Raymundo de Souza (ator e fundador da banda), Sindicato dos Jornalistas de São
Paulo, representado pelos presidentes em 1975, Audálio Dantas e o atual, José
Augusto Camargo, o Guto. O evento também contará com a presença de Kiko Barros
e Aninha Barros, filhos do Plínio Marcos. Todo ano o evento conta com a
participação da Corte do Samba Paulista, na concentração, com o Rei Momo, a
Rainha e as princesas. A apresentação fica por conta do grande defensor do
samba e do carnaval Moisés da Rocha, do programa
O Samba pede passagem. A porta estandarte e rainha da Banda é a
bailarina Dan Sonora. Veja um vídeo sobre a banda no
link http://www.youtube.com/watch?v=bzy3sjZhcPk (Artver).
“Nossa gente é essa
aí: atores, jornalistas, boêmios, artistas do cinema, televisão sambistas,
pintores, gente da noite, do dia, da madrugada e de todas as horas, enfim,
gente que cultua a nossa cultura popular” (Carlão).
Vários artistas e convidados especiais sempre participam da
concentração da banda, entre eles, os atores de teatro, cinema e TV Analy
Alvarez, Antonio Petrin, Chico de Assis, Cris Fontana, Gésio Amadeu, Graça
Berman, Humberto Magnani, João Acaiabe, Luiz Serra, Oswaldo Mendes, Paulo
Hesse, Regina Braga e Tadeu Di Pietro. Também marcam presença César Vieira
(dramaturgo e diretor de teatro), Chico de Assis (dramaturgo, ator e professor
de dramaturgia), Castor Fernandez (fotógrafo e amigo do Plínio), Chico
Pinheiro, (jornalista - TV Globo), Emilio Fontana (diretor e professor de
teatro, cinema e TV), Oswaldo Mendes (jornalista, ator, diretor de teatro e
escritor) e Raimundo José (cantor e músico), entre outros.
Entre as personalidades do meio cultural, artístico e
esportivo que já receberam o troféu Banda Redonda, estão Alaíde Costa, Analy
Alvarez, Ari Toledo, Bárbara Bruno, Caio Luiz de Carvalho, Carlos Cortez, Chico
de Assis, Chico Pinheiro, Claudia Mello, Denis Derkian, Dr. Demetrio Hossne,
Doutor Sócrates, Dr. Davi Serson, Dráuzio Varella, Emilio Fontana, Esther Góes,
Etty Frazer, Gabriela Rabello, Helena Ignez, Inezita Barroso, Ivan Giannini,
João Acaiabe, João Batista de Andrade, José Renato Pécora, Lauro César Muniz,
Ligia Cortez, Maria Alcina, Netinho de Paula, Osmar Santos, Oswaldo Mendes,
Paulo Goulart, Dr. Paulo Meneghini, Paulo Vanzolini, Plínio Marcos, Raquel
Trindade – A Kambinda, Regina Braga, Regina Echeverria, Renato Borghi, Renato
Consorte, Serafim Costa Almeida, Sérgio Mamberti, Silvia Vinhas, Tadeu di
Pietro, Téo Azevedo e Walderez de Barros entre outros.
Para animar os foliões, a banda conta com um belo time de
intérpretes: Aldo Bueno, Douglas Franco, Germano Mathias, Jandir, João Borba,
João Pedro, Mazinho do Salgueiro e Silvio Modesto, que serão acompanhados pela
Banda Musical do Fumaça, com mais de 30 integrantes, apresentando tradicionais
marchinhas e sambas do carnaval brasileiro.
BANDA REDONDA –
Especial de 40 anos de folia e os 80 anos do Carlão
Concentração em frente ao Teatro de Arena Eugênio Kusnet –
Rua Teodoro Baima 94 – Consolação.
Dia 24 de fevereiro, segunda-feira - concentração: 19h /
Entrega dos troféus: 20h / saída: 21h – Grátis.
Informações: Edson Lima (11) 3739-0208 / 95030-5577 / Teatro
de Arena: (11) 3256-9463 / China: (11) 97676-2340.
Roteiro: Ruas Theodoro Baima, da Consolação, Xavier de
Toledo, Teatro Municipal, Rua Cons. Crispiniano, Largo do Paissandu, Av. São
João, Av. Ipiranga, Praça da República, regressando ao Teatro de Arena e encerrando o desfile com músicas do verdadeiro carnaval de rua.
Grêmio Recreativo
Cultural e Carnavalesco “Banda Redonda”
Presidente: Carlão – O General da Banda de SP / Organização:
China - Tel. (11) 97676-2340
Patrocínio: Prefeitura da cidade de São Paulo / SPTuris -
São Paulo Turismo, Abasp – Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo e
SKOL/Ambev. Apoio: O Autor na Praça.
HISTÓRICO DA BANDA - A “Redonda” substituiu a Banda
Bandalha, criada no auge da repressão militar, pelo dramaturgo e ator Plínio
Marcos, em 1972. Plínio gravava a novela Bandeira
Dois, no Rio de Janeiro e não aguentava mais as piadas e provocações dos
cariocas dizendo que bloco de paulista é bloco de concreto armado, que cordão
de paulista é cordão de isolamento e, como se tudo isso ainda não bastasse,
atormentavam Plínio Marcos, citando Vinicius de Moraes: “São Paulo é o túmulo do samba”. Àquela altura, a Banda de Ipanema
já era famosa, trazendo como musas Leila Diniz e Odete Lara. Injuriado com
tantas brincadeiras, Plínio chamou seu colega de teatro, Carlos Costa, o
Carlão, que já era frequentador do mundo do samba paulista desde que aqui chegou,
em 1945, mas ganhava a vida no teatro. Carlão foi bilheteiro, contrarregra e
ator, atuou no teatro de Arena, no cinema e foi um grande parceiro do Plínio,
atuando em várias peças e ao seu lado em vários momentos na luta. Então, Plínio
Marcos se autoproclamou presidente da Banda Bandalha e convidou Carlão para ser
o vice-presidente.
Em 1972 e 1973, a banda – sempre saindo da frente do Teatro
de Arena e percorrendo o centro – foi sucesso de cara, tendo no primeiro
desfile como Porta Estandarte a atriz Etty Frazer e mestre sala o ator Toni
Ramos. Também contou com ilustres participantes, como a atriz Walderez de
Barros, o dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri, a atriz Eva Vilma, o ator John
Herbert, Pepita e Lolita Rodrigues, os jornalistas Arley Pereira, José Ramos
Tinhorão, o ator e artista plástico Luiz Carlos Parreira. Claro que não podiam
faltar os sambistas famosos das escolas de samba e parceiros de Plínio e
Carlão: Geraldo Filme, Jangada, Jorge Costa, Silvio Modesto, Talismã,
Toniquinho Batuqueiro, Zé Ketti, Zeca da Casa Verde, além da turma da “Vagão” e
redondeza, entre tantos outros atores, jornalistas e foliões. A Bandalha durou
dois anos, depois de brigas com a prefeitura, Plínio se injuriou e falou que
não tinha mais Bandalha. Com o fim da Bandalha, seus remanescentes, encabeçados
por Carlão, formaram a Banda Redonda, que desfilou pela primeira vez em 74 e
naquela ocasião mudou a colocação da diretoria, ficando Carlos Costa na
presidência e Plínio como vice. Hoje Carlão continua dirigindo a “Redonda” e
tem o China como secretário geral. Com a inspiração do artista plástico Luis
Carlos Parreira, a “Redonda” adotou a pomba como símbolo e as cores azul, ouro
e branco. Atualmente, os desfiles da banda são acompanhados por cerca de 15 mil
pessoas e já faz parte do calendário oficial do carnaval de São Paulo. Além
disso, ela é filiada à Abasp - Associação de Bandas de Carnaval de São Paulo.
Sobre Carlos Costa, O General da Banda Redonda, também
conhecido como, Carlão da Vila e Carlão do Boné, nasceu na cidade de São
Carlos, no interior do estado, onde aprendeu muito do samba paulista através de
seu pai, Sr. Oscar Costa e chegou à cidade de São Paulo em 1945. Aprendeu a
história do samba paulista convivendo com seus maiores sambistas, como Geraldo
Filme, Henricão, Zeca da Casa Verde, Jangada, Talismã, Toniquinho Batuqueiro e
Carlão do Peruche, entre tantos outros.
Carlão curtiu e viveu o samba em sua forma mais autêntica.
Nestes 38 anos da banda, a maior satisfação de Carlão é oferecer a oportunidade
para todas as classes e camadas da população curtir o autêntico carnaval, sem
qualquer custo, colocando lado a lado todas as diferenças, equacionadas no mais
simples momento de alegria. Carlão foi grande parceiro e amigo do dramaturgo
Plínio Marcos, atuando e assessorando em várias peças e, juntos, enfrentaram
muitas situações de resistência à censura e a ditadura militar. Carlão também
atuou no cinema nos filmes O Homem que
virou suco, de João Batista de Andrade (1981), Jogo Duro, de Ugo Giorgetti (1985), Nenê Bandalho, texto de Plínio Marcos dirigido de Emilio Fontana
(1971), Gaijin – Caminhos da Liberdade,
de Tizuka Yamazaki (1980), Estrada da
Vida, de Nelson Pereira dos Santos (1980), Pixote – a lei do mais fraco, de Héctor Babenco (1980) e Eles não usam Black Tie, texto de
Gianfrancesco Guarnieri, dirigido de Leon Hirszman (1981).
"A Banda Redonda
surgiu na época da repressão da ditadura militar, com objetivo de trazer para a
rua os executivos dos escritórios do ‘centrão’ da capital paulista para brincar
o carnaval com o povo na rua com ou sem fantasia, com ou sem dinheiro”,
afirma Carlos Costa. Carlão já coordenou o carnaval de rua da cidade, pela
prefeitura. Hoje, aposentado, ainda tem uma salinha no sambódromo (SPTuris),
onde além de cuidar dos arquivos do carnaval paulistano e ocupa a função de
consultor para assuntos carnavalescos. Ele é convidado a ministrar palestras
sobre o carnaval e o samba paulista em faculdades, clubes e instituições.