Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Samuel Pompeo Quinteto se apresenta amanhã no Almanaque Café

Divulgação.
O Almanaque Café promove no próximo dia 21, quarta-feira, às 21 horas, uma apresentação do Samuel Pompeo Quinteto

O Quinteto
Final do século XIX, começo do século XX, Nova Orleans, nos Estados Unidos, e Rio de Janeiro, no Brasil. Germinando sobre o mesmo terreno – a mistura única das europeias polca, schottish e mazurca com o ritmo e a melodia da música africana – nascem dois gêneros: o choro e o jazz. Quem escuta músicos atuais desses dois mundos pode custar a acreditar que a origem foi muito semelhante. Ambos os gêneros tomaram vias distintas de evolução, embora tenham sofrido algum tipo de intercâmbio nas suas primeiras décadas de vida.

A semelhança de elementos no início e a distância no presente entre os dois gêneros intrigou o saxofonista Samuel Pompeo, que durante dois anos pesquisou a origem e a evolução do choro e do jazz. A pesquisa mostrou que há elementos comuns nos dois gêneros que permanecem até hoje. Embora o choro tenha absorvido alguns elementos do jazz, ele manteve um posicionamento mais resguardado e permanece até hoje atrelado às origens, enquanto o jazz foi do ragtime até as experimentações com o free jazz. Com a pesquisa, a curiosidade só aumentou: como seria a sonoridade do choro atualmente, caso ele tivesse pegado um caminho de desenvolvimento estilístico parecido com o do jazz? O que seria um choro contemporâneo?

O resultado sonoro que as pessoas vão ouvir é a síntese dessa busca. Os ouvintes conseguirão encontrar características – ora rítmicas, ora harmônicas – que são muito presentes na cena
jazzística atual. O repertório dessa experimentação traz, por exemplo, o tradicional Apanhei-te
Cavaquinho, de Ernesto Nazareth, que ganha o caráter rítmico, a harmonia e os improvisos do jazz, e o Cave du 38Riv, samba composto por Samuel Pompeo que, ao mesmo tempo, combina as linhas melódicas horizontais do choro às experimentações harmônicas modais e tonais, recurso do jazz das décadas de 1960 e 1970.

Samuel Pompeo Quinteto é o resultado performático dessa curiosidade. Os cinco músicos não são típicos chorões, mas guardam pelo gênero uma admiração especial. A escolha dos músicos não foi aleatória. O saxofonista Samuel Pompeo, além de autor da pesquisa que foi a centelha para o trabalho do Quinteto, tem uma sólida atuação em grupos de prestígio da cena instrumental brasileira, como Soundscape Big Band, Banda Mantiqueira e Banda Savana, e é professor da Escola de Música da Fundação Theatro Municipal de São Paulo. Completam o quinteto Dino Barioni, guitarrista que tem como gêneros essenciais o jazz e o choro, já tocou em várias formações e é um profundo conhecedor dessa linguagem. Os trabalhos do baterista Paulinho Vicente são fundamentados no melhor do jazz e da música brasileira, tendo acompanhando músicos e grupos de prestígio, entre eles Michel Leme, Ana Cañas, Ary Holland e a Reteté Big Band Jazz. Daniel Grajew apresenta um trânsito desenvolto entre as diversas linguagens musicais, mesclando ritmos tradicionais brasileiros a elementos da música erudita e da música instrumental brasileira. Finalmente, o contrabaixista Gibson Freitas é um dos mais promissores músicos da sua geração, tendo uma significativa participação no cenário da música instrumental paulistana.

couvert artístico será de R$20,00. O Almanaque Café fica na Av. Albino José Barbosa de Oliveira, 1240, Barão Geraldo, Campinas/SP e o telefone é (19) 3249-0014.

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