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O Almanaque Café
promove no próximo dia 21, quarta-feira, às 21 horas, uma apresentação do Samuel Pompeo Quinteto.
O
Quinteto
Final do século XIX, começo do século XX, Nova Orleans, nos
Estados Unidos, e Rio de Janeiro, no Brasil. Germinando sobre o mesmo terreno –
a mistura única das europeias polca, schottish
e mazurca com o ritmo e a melodia da música africana – nascem dois gêneros: o
choro e o jazz. Quem escuta músicos
atuais desses dois mundos pode custar a acreditar que a origem foi muito
semelhante. Ambos os gêneros tomaram vias distintas de evolução, embora tenham
sofrido algum tipo de intercâmbio nas suas primeiras décadas de vida.
A semelhança de elementos no início e a distância no
presente entre os dois gêneros intrigou o saxofonista Samuel Pompeo, que
durante dois anos pesquisou a origem e a evolução do choro e do jazz. A pesquisa
mostrou que há elementos comuns nos dois gêneros que permanecem até hoje.
Embora o choro tenha absorvido alguns elementos do jazz, ele manteve um
posicionamento mais resguardado e permanece até hoje atrelado às origens,
enquanto o jazz foi do ragtime até as experimentações com o free jazz. Com a pesquisa, a curiosidade
só aumentou: como seria a sonoridade do choro atualmente, caso ele tivesse
pegado um caminho de desenvolvimento estilístico parecido com o do jazz? O que seria um choro
contemporâneo?
O resultado sonoro que as pessoas vão ouvir é a síntese
dessa busca. Os ouvintes conseguirão encontrar características – ora rítmicas,
ora harmônicas – que são muito presentes na cena
jazzística atual. O repertório dessa experimentação traz,
por exemplo, o tradicional Apanhei-te
Cavaquinho, de
Ernesto Nazareth, que ganha o caráter rítmico, a harmonia e os improvisos do jazz, e o Cave du 38Riv, samba composto por Samuel Pompeo que, ao mesmo
tempo, combina as linhas melódicas horizontais do choro às experimentações harmônicas
modais e tonais, recurso do jazz das
décadas de 1960 e 1970.
Samuel Pompeo Quinteto é o resultado performático dessa
curiosidade. Os cinco músicos não são típicos chorões, mas guardam pelo gênero uma
admiração especial. A escolha dos músicos não foi aleatória. O saxofonista Samuel
Pompeo, além de autor da pesquisa que foi a centelha para o trabalho do Quinteto, tem
uma sólida atuação em grupos de prestígio da cena instrumental brasileira, como
Soundscape Big Band, Banda Mantiqueira e Banda Savana, e é professor da Escola de
Música da Fundação Theatro Municipal de São Paulo. Completam o quinteto Dino Barioni,
guitarrista que tem como gêneros essenciais o jazz
e o choro, já tocou em várias formações e é um profundo conhecedor dessa linguagem. Os trabalhos do baterista
Paulinho Vicente são fundamentados no melhor do jazz e da música brasileira, tendo acompanhando músicos e grupos de prestígio, entre eles Michel Leme, Ana Cañas,
Ary Holland e a Reteté Big Band Jazz. Daniel Grajew apresenta um trânsito
desenvolto entre as diversas linguagens musicais, mesclando ritmos tradicionais
brasileiros a elementos da música erudita e da música instrumental brasileira.
Finalmente, o contrabaixista Gibson Freitas é um dos mais promissores músicos
da sua geração, tendo uma significativa participação no cenário da música
instrumental paulistana.
O couvert artístico será de R$20,00. O Almanaque Café fica na Av. Albino José Barbosa de Oliveira, 1240, Barão Geraldo, Campinas/SP e o telefone é (19) 3249-0014.
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