Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Naum Alves de Souza no ‘Cultura Falada’ do Lions

Foto: HD Walls.
O Lions Clube de Indaiatuba (Avenida Conceição, 112) realizará em sua sede uma palestra com o dramaturgo, roteirista, diretor de teatro, artista plástico, cenógrafo, figurinista e criador de bonecos Naum Alves de Souza. O evento faz parte da programação “Cultura Falada” e acontecerá nesta quarta-feira, dia 15 de abril, às 20h, com entrada franca e aberta a todos os interessados (e com certeza reflete o recente ingresso do jornalista e produtor cultural Wladimir Soares na agremiação).

Naum Alves de Souza, paulista de Pirajuí, é um dos mais importantes dramaturgos do teatro brasileiro contemporâneo. Também é diretor, cenógrafo e figurinista, com marcantes atuações no teatro, na televisão, na ópera e na dança. Pode-se dizer que sua carreira rumo ao sucesso começa com a criação do Pod Minoga Studio, com seus alunos/atores Carlos Moreno, Mira Haar, Flavio de Souza e Dionísio Jacob. Desse centro de pesquisas de linguagem cênica surgiram espetáculos que causaram furor e se tornaram um grande fenômeno cult dos anos 1970. Sua estreia profissional fora desse grupo se dá como cenógrafo e figurinista de El Grande de Coca-Cola, um musical americano dirigido por Luís Sérgio Person no Auditório Augusta, em 1974. Logo a seguir, executa os bonecos de Vila Sésamo, programa infantil da TV Cultura de enorme sucesso e aos poucos vai se desdobrando em múltiplas atividades. Como autor, escreve e dirige Maratona (1977); No Natal a Gente Vem Te Buscar (1979); A Aurora da Minha Vida (1981) e Um Beijo, um Abraço, um Aperto de Mão (1984).

Como diretor, além de encenar seus próprios textos, destaca-se nas montagens de Cenas de Outono, de Yukio Mishima, tendo Marieta Severo à frente do elenco, em 1987; Lulu, de Frank Wedekind, com Maria Padilha no papel central, em 1989; Longa Jornada de Um Dia Noite Adentro, de Eugene O'Neill, com Sergio Britto e Cleyde Yáconis, em 2002. No ano seguinte, dirige A Flor do Meu Bem Querer, de Juca de Oliveira, superprodução sobre corrupção política no Brasil, em 2003. Também são extremamente criativas suas realizações em espetáculos como Falso Brilhante, show de Elis Regina (onde ele assina cenário e figurinos) e, sobretudo, Macunaíma, espetáculo internacionalmente consagrado dirigido por Antunes Filho, em 1978. Em 1983, roteiriza O Grande Circo Místico, espetáculo de dança sobre trilha sonora de Chico Buarque e Edu Lobo dirigido por Emílio Di Biasi para o Teatro Guaíra de Curitiba; adapta e dirige Dona Doida, sobre poemas de Adélia Prado e interpretado por  Fernanda Montenegro, em 1990. No mesmo ano, faz ainda a adaptação de texto e direção de Big Loira, contos de Dorothy Parker, em montagem que destaca Cristina Mutarelli. Em 1997, faz a direção cênica do espetáculo de dança Muito Romântico – novas versões das canções de Roberto Carlos com coreografias de Susana Yamauchi, em parceria como maestro João Maurício Galindo, espetáculo que faz consecutivas viagens ao exterior.

Na área da ópera cria Ópera do 500, Os Pescadores de Pérolas e King Arthur, no Teatro Municipal de São Paulo; Janufa, de Leos Janácek, além de versões compactas para Carmen e Mme. Butterfly. Na área da dança cria alguns espetáculos memoráveis, especialmente para o desempenho de J. C. Violla, entre os quais Senhores das Sombras, Valsa para Vinte Veias, Flippersports, Petruchka, Salão de Baile e Doze Movimentos para Um Homem Só. Escreve o roteiro de Romance da Empregada, filme de Bruno Barreto, em 1986. Na TV, dirige um sitcom à brasileira, A Guerra dos Pintos, na Bandeirantes, em 1999. Seu espetáculo mais recente foi a peça Operação trem Bala, com o ator Marco Antonio Pâmio.

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