Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

terça-feira, 3 de junho de 2014

Sinfônica de Campinas traz brasilidade no concerto de junho, mês da Copa no Brasil

Foto: Giancarlo Giannelli Fotografia
No mês da Copa no Brasil, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) homenageia três renomados compositores brasileiros: Laércio de Freitas, de Campinas, Radamés Gnatalli, de Porto Alegre e Alberto Nepomuceno, de Fortaleza, nas apresentações de 7 e 8 de junho, no Teatro Municipal José de Castro Mendes. Dando boas vindas aos jogos mundiais no Brasil, a programação da Temporada Oficial da OSMC traz, nos dois dias, a brasilidade da música sinfônica e também visita um pouco da música campineira e os sons urbanos do Rio de Janeiro. Os concertos terão como convidados uma formação de sexteto, composta pelo Grupo Quatro a Zero, especialistas no gênero legitimamente brasileiro, o chorinho, acompanhados de Guilherme Ribeiro ao acordeão e Rafael dos Santos ao piano, regidos pelo maestro Victor Hugo Toro, no Concerto Carioca N° 3.
Como a Orquestra Sinfônica de Campinas aderiu à Campanha do Agasalho, nos concertos dos dias 7 e 8 de junho quem doar um agasalho em bom estado ganha um ingresso para assistir à apresentação. A troca ocorrerá uma hora antes do início dos concertos, que estão agendados para às 20 horas no sábado e 11 horas no domingo.  
O programa abre com a música local, com a obra do compositor campineiro Laércio de Freitas Bosque dos Jequitibás, um painel ecológico-musical que escreveu para homenagear o parque campineiro, situado no bairro onde nasceu. Trata-se, portanto, de uma coletânea musical de impressões que ficaram gravadas na memória do músico, que agora ele traz a público revelando musicalmente seu sentimento de preservação ecológica. Laércio de Freitas iniciou seus estudos de piano no Conservatório Carlos Gomes, onde se formou em 1957. A partir daí desenvolveu sólida carreira como pianista e arranjador. Trabalhou com importantes nomes da música brasileira, como Maria Bethânia, Ângela Maria, Marcos Valle, Wilson Simonal, Nancy Wilson, The Supremes, Clara Nunes, Ivan Lins, César Costa Filho, Emílio Santiago, Quarteto em Cy e Martinho da Vila, entre outros. A partir de 1966 se apresentou em diversos países da Europa, Ásia e México. Passou a integrar o Tamba 4, originalmente Tamba Trio, substituindo o pianista Luiz Eça.
Seguindo a programação, a orquestra visita a sonoridade do Rio de Janeiro e apresenta o Concerto Carioca nº 3, que foi escrito em 1971 pelo compositor Radamés Gnatalli. A obra tem três movimentos e um intermezzo, sendo que cada um eles tem um ritmo urbano carioca: 1 - Marcha, 2 - Samba canção, Intermezzo em tempo de Samba, 3 - Batucada. Os ritmos característicos aparecem tanto na parte do sexteto solista como na orquestra. Gnatalli transitou sem cerimônia entre música popular e erudita. Trabalhou como maestro e arranjador na TV Excelsior de 1963 a 1967 e a partir daí até o ano de 1986 na TV Globo, quando criou, entre outras, a música incidental da novela Roque Santeiro. Foi diretor da Orquestra da Rádio Nacional nos áureos tempos da emissora, onde se destacou no programa Um milhão de melodias, para o qual chegava a criar até nove arranjos por dia. Sua produção musical é enorme e calcula-se que tenha escrito mais de seis mil arranjos, estabelecendo um novo patamar de qualidade no que se refere à execução de música popular.
Fecha o programa a Sinfonia em Sol Menor, composta em 1893, considerada a mais importante obra sinfônica de Alberto Nepomuceno e a primeira composição do gênero no Brasil. Segundo apontou o compositor Rodolfo Coelho de Souza, autor de recente e minuciosa revisão desta obra, o tratamento que Nepomuceno dá à sua única sinfonia, é "mais sóbrio" do que seria se tivesse o apelo nacionalista que muitos desejaram agregar a ela. Nepomuceno, após estudar no Rio de Janeiro, realizou estudos na Europa e teve contato bastante próximo com o compositor norueguês Edvard Grieg, um dos expoentes da música de tendência nacionalista. Isso despertou em Nepomuceno o interesse pela utilização de elementos brasileiros como fonte para a composição musical. Quando retornou ao Brasil, empreendeu uma campanha pela nacionalização da música erudita e em 1895 apresentou no Rio de Janeiro um concerto de canções em português, quando entrou em acirrada polêmica com o crítico conservador Oscar Guanabarino, que defendia o canto em italiano. Em 1897 apresenta a Série Brasileira, marco do nacionalismo musical brasileiro.

Programa Sinfônico 5 - Temporada Oficial 2014
LAÉRCIO DE FREITAS (1941)
"Bosque dos Jequitibás" (estreia)
O Amanhecer
O Portal
A Alameda
A Flora
A Fauna
O Bosque
O Jequitibá
Finale

RADAMÉS GNATTALI (1906 - 1988)
Concerto Carioca N° 3 (estreia)
Marcha
Samba-Canção
Intermezzo
Batucada
Intervalo

ALBERTO NEPOMUCENO (1864 - 1920)
Sinfonia em sol menor (1893)
Allegro
Andante quase adagio
Presto Vivace Intermezzo - Andante agitato
Con fuoco

Serviço:
Concerto Oficial - Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
Local: Teatro Municipal José de Castro Mendes - Praça Corrêa de Lemos s/nº Vila Industrial - Telefone: (19) 3272-9359
Data: 7 e 8 de junho de 2014
Horários: sábado, 20h; domingo, 11h
Ingressos: R$25,00 (inteira), R$12,50 (estudantes, aposentados e maiores de 60 anos), R$8,30 (professores das redes municipal e estadual de ensino e pessoas com deficiência e mobilidade reduzida) e R$4,10 (estudantes da rede municipal e estadual de ensino)
Informações: (19) 3272-9359 (bilheteria, terça-feira a domingo, das 16h às 21h)
Patrocínio: Unimed Campinas e EMS Pharma
Apoio: Ministério da Cultura - Lei de Incentivo à Cultura
Assessoria Cultural: Direção Cultura Produções.

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