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A qualidade da água do Rio Piracicaba, último afluente da
margem direita do Rio Tietê na bacia hidrográfica do Médio Tietê, será
monitorada por uma expedição que
navegará 375 km de rios. A viagem incluirá os principais formadores do
Piracicaba e do Sistema Cantareira, que são os rios Jaguari (MG) e Atibaia (SP)
e culminará na foz do Piracicaba, no reservatório de Barra Bonita, no rio
Tietê.
O eco
esportista Dan Robson navegará os
rios a bordo de um caiaque especialmente equipado com instrumentos para
analisar a qualidade da água, fotografar e produzir vídeos em tempo real. Os
dados e os indicadores levantados serão interpretados pela equipe técnica da
Fundação SOS Mata Atlântica, que acompanha o navegador por terra e remotamente
(acompanhe os resultados da expedição em http://sosobsexpmoncoes.znc.com.br/grupos/21/).
O objetivo da expedição é avaliar a contribuição das cargas das sub-bacias
hidrográficas do rio Tietê no reservatório de Barra de Bonita. Os rios
Pinheiros e Sorocaba foram monitorados por expedições como essa realizadas nos
meses de maio e junho, pela SOS Mata Atlântica em conjunto com Dan Robson.
As vazões médias desses
rios estão abaixo do normal para a época em que as expedições foram realizadas
e, embora a região de cabeceira do Piracicaba tenha recebido chuvas recentes, o
volume de água ainda está abaixo do que é considerado normal para o período. As
vazões menores dificultam a diluição de poluentes, mesmo dos esgotos tratados
que não retiram completamente os poluentes – as estações de tratamento de
esgotos doméstico retiram em média 80% dos poluentes da água – e que podem
comprometer a qualidade e acirrar os conflitos por uso da água, que é bastante
escassa na região.
No sábado, dia 16, em
Extrema (MG), ponto de partida da expedição, a equipe encontrou integrantes do
projeto Observando o Jaguari
(http://sosobsjaguarimg.znc.com.br) e esportistas que treinam no rio Jaguari
para uma roda de conversa sobre a condição ambiental das águas na região. O Observando o Jaguari é executado pela
SOS Mata Atlântica em parceria com a Prefeitura Municipal desde 2011 e reúne 29
grupos de monitoramento da água envolvendo escolas e educadores da rede pública
de ensino.
O Município de Extrema
está inserido na Área de Proteção Ambiental (APA) Fernão Dias e a bacia do
Jaguari é área de manancial, essencial para o abastecimento de água para a
Região Metropolitana de São Paulo.
Ao entrar no território
paulista, o rio Jaguari é represado e forma o primeiro reservatório do Sistema
Cantareira, que permite a reversão das águas entre as bacias do Piracicaba e
Alto Tietê. A outorga de água para o Sistema Cantareira venceu e está sendo revista
para os próximos dez anos, a partir de 2014. A bacia do Piracicaba pleiteia o
aumento do volume de água que fica para a região dos atuais 5m3/s para 8m3/s.
Porém, para atender a demanda por água na região até 2014, será preciso ampliar
essa vazão para 18m3/s.
A disputa pela a água
entre as bacias do Alto Tietê e Piracicaba envolvendo as Regiões Metropolitanas
de São Paulo e Campinas e as demandas dos usuários agrícolas e das indústrias
da bacia do Piracicaba sempre foi acirrada, em virtude da escassez e do
comprometimento da qualidade da água dos principais rios dessas regiões. Não só
a reversão da água limpa e de boa de qualidade, mas, também, o lançamento e a
exportação de cargas poluidoras que se concentram no reservatório de Barra
Bonita estão em jogo na disputa pela água em 2014.
Todos os dados e os
indicadores levantados por essas expedições serão incluídos no relatório de
situação ambiental que a SOS Mata Atlântica produz anualmente para o
acompanhamento do Projeto de Despoluição do Rio Tietê. A divulgação será na
Semana da Água, em março do próximo ano.
A cada dois anos, Dan
Robson navega o Rio Tietê, da nascente em Salesópolis até Barra Bonita, como
guardião do projeto Flutuador do jornal SP-TV,
da Rede Globo. Neste ano de intervalo entre as expedições do Flutuador, para
possibilitar uma leitura mais completa do comportamento da mancha anaeróbica de
poluição que é gerada na Região Metropolitana e exportada para as bacias rio
abaixo, a SOS Mata Atlântica realizou, em parceria com Dan Robson, as expedições
pelos principais afluentes do Tietê. Os dados levantados nos afluentes servirão
para avaliar de que forma as bacias tributárias impactam os avanços da
despoluição do Tietê e quais os são os principais desafios para que o Estado de
São Paulo possa atingir as metas anunciadas pelo Governo para recuperação da
qualidade da água dos rios até 2018, com a universalização do saneamento.
Fonte: SOS Mata Atlântica.
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