O jornalista Moacir
Assunção é o próximo convidado do projeto O Autor na Praça. Ele estará no Espaço Plínio Marcos no próximo
sábado, dia 8 de agosto, às 15h, em tarde de autógrafos de seu livro mais
recente, São Paulo deve ser destruída
– a história do bombardeio efetuado pelo governo federal à cidade para sufocar
a revolução dos tenentes de 1924. Na mesma tarde, será lançada uma nova
proposta para o Espaço Plínio Marcos em parceria com o ator Robson Moreira, do
Grupo Sujeitos de Cena: Robson fará intervenções teatrais de textos de autores
diversos, como Dostoiévski, Antonín Artaud, Clarice Lispector, Marta Baião e do
próprio Robson Moreira, entre outros. Mais informações sobre os convidados e o
livro abaixo na página do evento no Facebook.
Sobre o livro
No dia 5 de julho de 1924, oficiais tomam os principais
quartéis de São Paulo, a Estação da Luz e a repartição do Telégrafo Nacional e
atacam o Palácio dos Campos Elísios, sede do governo estadual. Quatro dias
depois, em meio a combates com as forças legalistas, o presidente (governador)
Carlos de Campos deixa a cidade e rebeldes começam a saquear armazéns e a tomar
outros quartéis e pontos estratégicos. No dia 11 de julho, São Paulo começa a
ser bombardeada por canhões, principalmente na região da Mooca, Brás,
Aclimação, Belenzinho e a Luz. Civis são mortos nos ataques, prédios são
incendiados e a população inicia um dos maiores êxodos da história do país. A
história dessa revolução, que durou pouco menos de um mês, é contada em
detalhes no livro São Paulo deve ser
destruída, do jornalista Moacir Assunção, lançado no mês de abril pela
Record.
Liderada pelo general Isidoro Dias Lopes, a revolta de 1924
tinha como objetivo derrubar o governo do então presidente Artur Bernardes.
Contrariados com a política do mineiro, enfrentando a carestia e influenciados
por revoltas tenentistas em outros estados, os rebeldes planejaram tomar o Rio
de Janeiro, capital da República, com o apoio de quartéis de Minas. Acuada pelo
poderio militar do governo e pelos ataques aéreos a regiões residenciais e
fabris, a revolta acabou com 503 mortos e 4846 feridos, na maior parte civis
que nada tinham a ver com o conflito, espalhou fome e miséria e deixou cerca de
1800 imóveis destruídos na cidade. Em arquivos públicos e de jornais da época,
além de uma extensa bibliografia, o autor encontrou vários depoimentos de civis
que sofreram com os ataques. Muitos dos atingidos eram imigrantes,
principalmente italianos. Para Moacir Assunção, o fato de legiões estrangeiras
terem se juntado às tropas rebeldes, além do temor de que a influência de
anarquistas e comunistas entre os operários resultasse numa revolução social,
levou o governo a uma reação desproporcional nas regiões atingidas. Na época,
São Paulo possuía cerca de 700 mil habitantes, dos quais quase 300 mil fugiram
do conflito, muitas indústrias e era a segunda capital mais importante do
Brasil, depois do Rio, capital da República. “O bombardeio foi um hediondo crime de guerra, talvez a maior batalha
em solo urbano da América Latina e demonstrou o uso político do Exército, que
vai se acentuar depois. A utilização do chamado bombardeio terrificante, que os
exércitos alemães também fizeram uso na I Guerra Mundial, é um absoluto
despropósito, ainda mais sabendo que do outro lado não haviam adversários,
apenas civis. O Exército temia enfrentar um outro Canudos, dessa vez com
adversários armados inclusive com armas de destruição em massa, como a
artilharia, e optou por uma tática bastante danosa e covarde para enfrentar
seus inimigos. Na verdade, a população civil é que foi vítima dessa tática,
conforme o demonstram todos os estudos. Quase não houve ataques a instalações
militares onde estavam os rebeldes”, afirma o autor. Duramente reprimida
após a retomada da cidade, a geração da revolta de 1924, para o autor, “ajudou a formar os quadros e o jeito de ser
da política brasileira até meados da ditadura militar de 1964”. Segundo
Moacir Assunção, “formou-se naquela
época, também, o gérmen de um poderoso estado policial no país, que se
consolidaria durante o Estado Novo getulista e a ditadura militar de 1964.”
280 págs., R$45,00, Editora Record.
Sobre Moacir Assunção
É mestre em História Social pela Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo (PUC-SP). É jornalista profissional diplomado, com
passagens pelos jornais O Estado de S.
Paulo, Diário Popular (atual Diário de S. Paulo) e Jornal de Brasília, pós-graduado em
Ciências Sociais pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo e
professor dos cursos de Comunicação Social, Administração de Empresas e Gestão
de Recursos Humanos da Universidade São Judas Tadeu (USJT), em São Paulo.
Especializado em temas históricos, atua como colaborador das revistas Aventuras na História, Digesto Econômico e Jornal do Comércio. Também é assessor de gabinete no Tribunal de
Contas do Município de São Paulo (TCM-SP). É autor dos livros Ficha Limpa: a lei da cidadania; Luiz Carlos Prestes: um revolucionário
brasileiro e, pela Editora Record, Nem
heróis, nem vilões, sobre a Guerra do Paraguai e Os homens que mataram o facínora: a história dos grandes inimigos de
Lampião, tendo sido este último finalista do Prêmio Jabuti em 2008. No Facebook: https://www.facebook.com/moacir.assuncao?fref=ts.
Sobre o projeto Intervenções Teatrais no Espaço Plínio Marcos
Neste mês de agosto o Espaço Plínio Marcos oferece ao
público da Praça Benedito Calixto mais uma novidade: o ator Robson Moreira, do
Grupo Sujeitos de Cena, fará rápidas intervenções teatrais na Tenda, a partir
de fragmentos de textos de autores diversos como Dostoiévski, Antonín Artaud,
Clarice Lispector, Marta Baião e do próprio Robson Moreira, entre outros. As
intervenções acontecerão em três momentos: às 16h, às 16h30 e à 17h. Ao final
de cada intervenção será passado um chapéu para os que queiram colaborar com o
artista, com o que acharem que devem e que podem.
Sobre o ator Robson Moreira
É ator profissional e começou sua carreira em Vitória, em
1975, na Mostra de Teatro Universitário da UFES - Universidade Federal do
Espírito Santo, com a peça O Auto da
Compadecida, de Ariano Suassuna, já sendo contemplado com o prêmio de
melhor ator com o papel de "Chicó". Nos dois anos seguintes, também
foi eleito melhor ator nos papéis de Mendigo em De como conquistar um coronel sem fazer força, de Milson Henriques,
e do pedreiro Lucas em Muro de Arrimo,
de Carlos Queiroz Telles. Ainda em Vitória,
fez Flicts, era uma vez uma cor,
de Ziraldo, Papai Noel no bang bang,
de Milson Henriques, e O Santo Inquérito,
de Dias Gomes. Migrou-se para São Paulo em 1979, onde prosseguiu com sua
carreira destacando-se em cartaz nos espetáculos Jato de Sangue, de Artaud, Ovo
- Metáfora do Sacrifício Feminino, de Clarice Lispector, As Feras, de Roberto Arlt, De Profundis, de Oscar Wilde, e Dostoiévski no Armário e Ridículo, de Dostoiévski. Participou
também dos filmes longas-metragens Topografia
de um Desnudo, de Teresa Aguiar, e Um
homem qualquer, de Caio Vecchio, além do curta Coletivo, de Fábio Lupo. Robson Moreira no Facebook: https://www.facebook.com/robson.moreira.1401?fref=ts.
Serviço:
O Autor na Praça
promove tarde de autógrafos com o jornalista Moacir Assunção e intervenções
teatrais com o ator Robson Moreira
Espaço Plínio Marcos – Tenda na Feira de Artes da Praça
Benedito Calixto – Pinheiros
Dia 8 de agosto, sábado, 15h - Informações: Edson Lima – (11)
3739-0208 / 95030-5577
Realização: Edson Lima, Aapbc. Apoio: Max Design,
Restaurante Consulado Mineiro e O Cantinho Português (barraca de comida
portuguesa na Feira da Benedito Calixto).
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