Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

segunda-feira, 30 de março de 2015

Dessalinização e novas tecnologias em saneamento básico israelenses atraem mais de 70 gestores das Bacias PCJ a Indaiatuba

O superintendente do SAAE, Nilson Alcides Gaspar com o cônsul Boaz
Albaranes e o prefeito Reinaldo Nogueira
Foto: Eliandro Figueira.
Quando o Consórcio PCJ lançou a ideia de dessalinizar água no litoral paulista para incrementar as vazões do Sistema Cantareira, muitos viram com desconfiança a alternativa devido aos custos dessa tecnologia. No entanto, durante o evento promovido pela entidade em parceria a Missão Econômica de Israel em São Paulo, representantes e gestores de serviços de água, empresas e órgãos públicos, além de prefeitos da região, se mostraram bastante entusiasmados com as iniciativas apresentadas e os custos de implantação.
O diretor presidente da Coden (Companhia de Desenvolvimento de Nova Odessa), Ricardo Ongaro, se interessou bastante pela tecnologia de membranas filtrantes para estações de reuso e, principalmente, com os valores convidativos para aplicação.

O cônsul Boaz Albaranes voltou a reiterar sobre a redução dos custos de dessalinização – hoje, a média está em US$0,50 por metro cúbico de água tratada ou R$1,50 pelo câmbio atual.
Para se ter ideia, o custo do tratamento de água convencional que temos hoje nas Bacias PCJ gira em torno de R$0,80. “Esse custo de tratamento ocorre quando os rios estão com altas vazões e, assim, com qualidade melhor da água, porque quando apresentam vazões baixas, como verificamos na estiagem de 2014, esse custo passa de R$1. Lembrando que a dessalinização pode ser barateada, dependendo da oscilação do câmbio”, comentou o presidente do Consórcio PCJ e prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira.

O vice-presidente da Autoridade Israelense de Água, Abraham Tenne, apresentou como funciona o sistema de gestão de recursos hídricos de Israel, destacando a educação ambiental feita desde o início da formação das crianças, a importância da água com a aplicação de tarifas reais, até como forma de sensibilização da questão hídrica, além do combate às perdas hídricas e a dessalinização. As perspectivas para Israel nos próximos anos são de que a população continue a aumentar, enquanto que a precipitação vai diminuir cerca de 10% e com essa abordagem ele fez uma afirmação que impactou a todos. “Não precisamos esperar pela chuva, pois, não dependemos dela”, disse Tenne.

Israel possui a maior usina de dessalinização por osmose do mundo e faz investimento nessa área há 15 anos. Essa tecnologia consiste na passagem de solvente por uma membrana semipermeável do meio mais diluído para o menos diluído. Esse solvente, que geralmente é a água, vai passando de modo espontâneo até que a altura da solução que está recebendo a água chegue num ponto que exerça uma pressão sobre a membrana, impedindo que o fluxo do solvente continue, ou seja, aplica-se uma pressão sobre a água do mar maior do que a sua pressão osmótica e, com isso, a água passa pela membrana semipermeável em direção ao outro recipiente contendo água pura.

A delegação israelense estabeleceu como próximo passo da parceria com o Consórcio PCJ, a organização de comitiva para o evento WATEC- Israel 2015, que acontecerá de 13 a 15 de outubro, em Tel Aviv. Segundo o cônsul Albaranes, essa seria uma oportunidade para os brasileiros conhecerem na prática as usinas de dessalinização e de reuso de Israel. O secretário executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, iniciou as tratativas para viabilizar a iniciativa no segundo semestre.

Mais informações sobre as parcerias internacionais na gestão da água que o Consórcio PCJ possui e está negociando, acesse o site www.agua.org.br.

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