Crédito: Arquivo Laís Fernandes - SCS/PMI.
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Com saltos, cores, música, alegria e acrobacias. É assim que
cerca de 750 alunos da rede municipal de Indaiatuba desenvolvem habilidades artísticas
com o projeto de arte circense Vidart.
Este ano, a Secretaria Municipal de Educação comemora os 10 anos do projeto e,
para consagrar a data especial, haverá apresentações nos dias 12 e 13 de
novembro às 19h30 no Ciaei (Centro
Integrado de Apoio a Educação de Indaiatuba) com o espetáculo 10 Anos de Vidart. Nos dias 19 e 20 de
novembro, os espetáculos foram marcados para as 19h com As Aventuras no Fundo do Mar, também no Ciaei.
Na ponta da história do Vidart está o sonho de um casal de
professores, Jader Ferreira de Moraes e Fernanda Vignoto Scicia de Moraes. Eles
elaboram o projeto de arte circense e o implantaram em 2004 na EMEB ‘Profª
Eliazabeth de Lourdes Cardeal Sigrist’, no Jardim Morada do Sol. Mas antes de
chegar ao Vidart, Jader iniciou sua história de acrobacias ainda criança. “Minha vida esportiva começou aos 9 anos de
idade com a ginástica olímpica e fui evoluindo. Na fase adulta comecei a
treinar na equipe de Campinas e foi lá que sofri uma grave lesão no joelho e
fiquei em uma luta para continuar na área. Foi então que comecei com o trabalho
de recreação e me liguei ao trabalho artístico, me especializando no assunto”,
explica Jader. “Quando conheci minha
esposa (Fernanda de Moraes), ajudava em um projeto de música para as crianças
da EMEB Elizabeth Sigrist, com coreografias e malabares. Foi então que nos
unimos como casal e ela me motivou a desenvolver um projeto somente de circo. A
Fernanda ficou com a parte pedagógica do projeto e eu com a parte prática. Tudo
se iniciou em agosto de 2004”, relata Jader.
Inicialmente os alunos escolhidos para o projeto eram dos 4º
e 5º anos que apresentavam dificuldades de comportamento em sala de aula, como
déficit de atenção e dificuldades motoras. Para permanecer no projeto era
preciso apresentar bons resultados em classe. Todo começo é difícil e com o
Vidart não foi diferente. “Trabalhava na
época com praticamente uma mochila. Tinha bolinhas de tênis, uma perna de pau e
um monociclo. Assim iniciei ensinando a parte primaria acrobática e foi dessa
forma que o Vidart começou. Atendíamos 30 alunos por período sempre buscando
aqueles com mais dificuldades sociais, indicações dos professores e alguns com
baixa alta estima”, relembra o professor.
Em 2005 a proposta do projeto foi ganhando forma e a intenção
era atender 20% da massa escolar. “Naquele
ano o Vidart passou a fazer parte da rede municipal de ensino, incluindo o
projeto no currículo escolar. A primeira atividade de encerramento de ano foi a
‘circo-olimpíadas’, onde os alunos faziam competições de bamboleado; perna de
pau; corda jogando bolinhas de malabares; voltas com monociclo; corrida de
tambor e corrida de rolo”, diz Jader.
Em 2006 os alunos do Vidart já estavam prontos para o
primeiro espetáculo, com tema O Circo
Novo; a história falava sobre uma garota que morava em um orfanato e queria
sair dali, pois a governanta da casa era uma pessoa má. Em um dos sonhos, ela
consegue sair do orfanato e chegar ao Circo Novo. No retorno da fantasia a
garota se torna uma pessoa mais feliz e consegue transformar o mau em bom. “Com a chegada dos espetáculos, começamos a
ganhar apoio da comunidade e os pais e familiares ajudavam na produção das
fantasias e cenários. Muitos davam ideias para as apresentações e apoiavam o
desenvolvimento artístico dos filhos. Mas em contraponto, também tinham
familiares que não apoiavam o projeto e esse foi o grande desafio: mostrar para
a comunidade que o Vidart, além de ser um projeto artístico, oferecia um ganho
pedagógico e esportivo”, explana Jader de Moraes.
No ano seguinte, os alunos do projeto apresentaram no final
no ano, como encerramento das atividades, o espetáculo Saltimbanco. A essa altura, o Vidart já alcançava cerca de 300
alunos. “Em 2007 trabalhei a questão da
história do circo; como os artistas se encontravam e se apresentavam nas ruas.
Em 2008 fizemos o espetáculo Vida,
que falava sobre as mudanças climáticas. Naquele ano expandimos o Vidart para a
EMEB ‘Profª Renata Guimarães Brandão Anadão’, de período integral”,
esclarece Jader, que continua: “Em 2009
finalmente chegamos ao ápice das apresentações com o grande espetáculo África
Mágica”.
Aquele evento reuniu palhaços, malabares, acrobacias sobre
andaimes, dança, trapézio, jump,
tecido, barras de equilíbrio, pista acrobática, contorcionismo, monociclo, aro,
roda de equilíbrio e pernas de pau em uma história envolvente. A aventura na
África foi em torno do menino Kimbá, que brincando na floresta encontrou uma
máscara com a cara de uma girafa. Mas ele não sabia que há milhares de anos
essa máscara, que pertencia ao Rei da tribo Zulú, havia sido perdida após um
ataque da Mama África no qual destruiu toda a tribo. Ao colocar a máscara em
seu rosto, Kimbá viajava no tempo e encontra Zazú, um macaco feiticeiro que
protegeu Kimbá na tribo de seus antepassados e o coroou como Rei. A coreografia
foi de Jader Morais, Ednaldo Brasil, Jimena Zoppi, José Felipe Melussi,
Fernando de Lima e Mônica Angelucci.
Em 2010 o espetáculo foi O
vale Encantado da Terra do Nunca e o último ano de participação do
professor Jader teve como tema O Pequeno
Príncipe em 2011. A escolha do tópico aconteceu pela oportunidade de
aproximar ao máximo a atividade pedagógica da atividade circense por meio de
uma clássica obra literária. O livro Pequeno
Príncipe aborda temas que são atuais, como a busca pelo conhecimento, a
valorização do ser e os valores morais da construção do ser humano, o que o
tornou um tema educativo. “Todas as
histórias que eu desenvolvi tinham relação com o que eu sentia; sempre desejei
ser pai e as histórias refletiam a busca por uma criança. O espetáculo do
Pequeno Príncipe foi quando minha esposa ficou grávida e materializou a espera
do meu pequeno príncipe. Esse foi meu último show”, revela Jader e
continua. “Fico feliz em ver o Vidart do
tamanho que está. Ainda colho frutos deste projeto e não pude continuar, pois
atualmente tenho uma empresa a qual toma muito tempo. Minha maior alegria foram
os alunos, pois erámos uma família. Ainda passo pela comunidade e recebo um
carinho enorme de todos”, salienta.
Após a saída do professor Jader de Moraes, a Secretaria de
Educação continuou com o Vidart e apresentou em 2012 os espetáculos Sítio do Pica Pau Amarelo e Brincando no Picadeiro; as apresentações
foram divididas por escola. Em 2013 os espetáculos foram Os Guardiões e a Noite de Natal e Deu a Louca em Madagascar.
Atualmente o Vidart é feito em seis unidades escolares: EMEB
“Profª Maria Ignês Pinezzi”; EMEB “Profª Maria Benedicta Guimarães”; EMEB “Padre
Joaquim Aparecido Rocha”; EMEB “Profª Elizabeth de Lourdes Cardeal Sigirst”; EMEB
“Prof. Wladimir Olivier” e EMEB “Profª Sylvia Teixeira de Camargo Sannazzaro”.
Em todas estas escolas os alunos fazem aulas de malabares, diabolôs, chapéu
chinês, perna de pau, acrobacias de solo, acrobacias coletivas, monociclo,
trapézio fixo, tecido acrobático e dança. Para cada uma destas modalidades há
uma metodologia e uma sequência específica de evoluções. Ao final de cada ano
letivo o aluno conclui um ciclo de aprendizagem, que é demonstrado através de
espetáculo, transformando alunos em verdadeiros artistas.
A diretora de Educação Física da Secretaria de Educação,
Eliane Pismel, elucida sobre os ganhos do projeto para os alunos envolvidos. “A criança aprende que não está sozinha; ela
depende do outro e tem que confiar no outro também. Isso é um aprendizado de
vida e também na sala de aula. A parte motora vai se completando conforme as
atividades são trabalhas no Vidart. Temos o registro do professor sobre a
melhora do rendimento escolar das crianças que fazem parte do projeto; estas
têm um aprendizado efetivo e uma melhora significativa na atenção”, conclui
Pismel.
Apresentações 2014
O espetáculo 10 Anos
Vidart será apresentado nos dias 12 e 13 de novembro às 19h30 no Ciaei. Os
alunos das escolas municipais EMEB “Profª Maria Ignês Pinezzi”; EMEB “Profª
Maria Benedicta Guimarães”; EMEB “Padre Joaquim Aparecido Rocha” e EMEB “Profª
Elizabeth de Lourdes Cardeal Sigirst” apresentarão fragmentos dos momentos mais
marcantes do Vidart durante sua trajetória. Nestes dias também acontecerão
homenagens aos profissionais que fizeram parte do projeto.
O espetáculo As Aventuras
do Fundo do Mar será nos dias 19 e 20 de novembro às 19h30 no Ciaei. Os
alunos das escolas: EMEB “Prof. Wladimir Olivier” e EMEB “Profª Sylvia Teixeira
de Camargo Sannazzaro” apresentarão coreografias sobre a falta de água e as
dificuldades ao redor deste problema. Na história terá dois personagens que
passam por diversas aventuras e também alguns problemas por conta da ausência
de cuidado do homem com a natureza. As apresentações têm entrada gratuita.
Serviço
10 Anos Vidart
Dia: 12 e 13 de novembro
Horário: 19h30
Local: Sala Acrísio de Camargo no Ciaei (Centro Integrado de
Apoio a Educação de Indaiatuba)
Endereço: Av. Engº Fábio Roberto Barnabé, 3.665, Jardim
Regina
Entrada gratuita.
As Aventuras do Fundo
do Mar
Dia: 19 e 20 de novembro
Horário: 19h30
Local: Sala Acrísio de Camargo no Ciaei (Centro Integrado de
Apoio a Educação de Indaiatuba)
Endereço: Av. Engº Fábio Roberto Barnabé, 3.665, Jardim
Regina
Entrada gratuita.
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