Estudo de fachada com colunas jônicas - Gregori Warchavchik, dezembro de 1951. Foto: divulgação. |
De 23 de agosto a 30 de novembro a Fundação Ema Klabin apresenta a
exposição A casa da Rua Portugal. Nesta exposição os visitantes poderão
conhecer a história da construção do imóvel-sede da fundação, realizada ao
longo dos anos de 1950, quando a coleção ainda estava sendo formada. A
exposição também mostra, pela primeira vez, a história do Jardim Europa,
traçando um panorama da evolução da arquitetura residencial de elite em São
Paulo.
A exposição apresentará fotos, anúncios e
documentos além de muitos projetos inéditos de conceituados arquitetos,
decoradores e paisagistas, como Alexandre Albuquerque, Henrique Alexander,
Augusto C. de Almeida Lima, André Devèche, Gregori Warchavchik, Alfredo Ernesto
Becker, Terri della Stufa e Roberto Burle Marx.
“Da
primeira residência onde Ema Klabin viveu com os pais, em Higienópolis, até a
construção de sua casa, no Jardim Europa, a exposição busca analisar e
registrar todo o processo histórico, inserindo-o no contexto da evolução urbana
e arquitetônica da cidade e contribuindo para a preservação de sua memória. Ao
mesmo tempo, traz a público importantes documentos que poderão servir de
incentivo a novos estudos de nossa história”, explica o curador da
exposição, o arquiteto Paulo Costa.
A pesquisa, que levou quase um ano, traz
ainda curiosidades sobre o bairro. Entre elas, uma inusitada caçada a raposa
promovida pela Sociedade Hípica Paulista nos anos de 1930. Nesses encontros, um
ou dois cavaleiros assumiam o papel da raposa, com uma fita amarrada ao corpo e
vencia quem a pegasse primeiro. O evento terminava na sede da hípica com um chá
da tarde e coquetéis de confraternização.
Sobre
o bairro
O loteamento Jardim Europa foi lançado em
1922 pelo empresário Manoel Garcia da Silva e foi projetado pelo engenheiro-arquiteto
Hippolyto Gustavo Pujol Jr., tendo como modelo o Jardim América, lançado em
1915 pela Companhia City.
Os contratos de venda dos lotes possuíam
um regulamento rígido, que determinava recuos, afastamentos laterais e
gabaritos de construção e impedia a construção de muros altos nas divisas dos
lotes. O padrão estabelecido era muito superior ao exigido pela Prefeitura, que
só iria estabelecer um código de obras abrangente quase duas décadas depois. Em
1986, o empenho dos moradores trouxe o tombamento dos Jardins América, Europa, Paulista e Paulistano pelo
Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arqueológico e Turístico
do Estado (Condephaat), fato que garante
a preservação da vegetação, do traçado
das ruas e das linhas demarcatórias dos lotes. As medidas de preservação da
região garantiram uma vasta área de densa vegetação que contribui
favoravelmente para o clima, a drenagem e a qualidade do ar da metrópole.
O bairro é considerado um dos mais
luxuosos de São Paulo, ao mesmo tempo que abriga importantes instituições
culturais como Museu da Imagem e do Som, Museu Brasileiro da Escultura, Museu
da Casa Brasileira e a Fundação Ema Klabin, aberta ao público em 2007. Essas
instituições garantem o acesso de toda a população, promovendo diversas ações
artísticas e culturais.
A
Casa da Rua Portugal
A década de 1950 foi marcada por grandes
transformações na vida de Ema Klabin. Com o crescimento econômico proporcionado
pelo pós-guerra, ela possuía os meios e a liberdade de estabelecer para si um
novo projeto de vida, cujas facetas mais importantes eram a construção de uma
nova casa e a formação de sua coleção de arte. A casa representava o seu desejo
de se aproximar dos parentes e amigos que já residiam no Jardim Europa. A
coleção, por sua vez, era a realização de um sonho antigo, agora favorecido
pelos preços mais acessíveis da Europa arrasada pelo conflito.
Quando Ema encomendou os primeiros estudos
para a casa, em 1950, possuía apenas 5% da coleção final e quando se mudou para
a casa, em 1961, já havia adquirido metade da coleção que hoje conhecemos. Nesses mais de dez anos entre os estudos e a
construção da casa, vários profissionais renomados deixaram suas marcas na Casa
da Rua Portugal, que hoje abriga um dos maiores polos culturais de São Paulo,
com shows, palestras, exposições, encontros, a maior parte com entrada franca.
Oficialmente registrada em 1978, a
Fundação Cultural Ema Gordon Klabin abriga um valioso acervo de mais de 1500
obras, entre pinturas do russo Marc Chagall e do holandês Frans Post, dos
modernistas brasileiros Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Portinari e Lasar
Segal; talhas do mineiro Mestre Valentim, mobiliário de época, peças
arqueológicas e decorativas.
Na abertura da exposição, dia 23 de
agosto, às 16h30, haverá um recital com o violonista Gabriel Freire. No repertório, obras de J. S. Bach, Francisco
Tárrega, Tedesco e Heitor Villa-Lobos, entre outros.
Serviço:
Exposição: A Casa da Rua Portugal
Abertura: Dia 23 de agosto às 14h - Aberta
ao público em geral
Recital de abertura: Violonista Gabriel
Freire; 23/08 às 16h30
Período: De 23 de agosto a 30 de novembro
- Terça a sexta: às 14h, 15h,16h e 17h -
Sábados de show: das 14h às 16h30.
Serviço educativo: De segunda a quinta as
visitas monitoradas devem ser agendadas pelo telefone (11) 3062-5245 ou pelo site http://www.emaklabin.org.br/
Ingresso: De terça a quinta: R$10,00
(inteira) e R$5,00 (meia) - Professores não pagam.
Dias gratuitos e sem agendamento: Sextas e
sábados de show.
Indicação: a partir de 12 anos
Local: Fundação Ema Klabin - Endereço: Rua
Portugal 43, Jardim Europa, São Paulo
http://emaklabin.org.br/
Não há estacionamento no local.
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