Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Hot Jazz Club lança CD 'Caravane' dia 23 no Almanaque

Divulgação
O Almanaque Café recebe dia 23 de julho o lançamento do CD Caravane​,​ do Hot Jazz Club.
O Hot Jazz Club é um grupo de jazz manouche (jazz cigano francês dos anos 30) inspirado nos legendários Django Reinhardt e Stéphane Grappelli. Com mais de 12 anos de estrada, é pioneiro neste estilo no Brasil, utilizando-se apenas de instrumentos de cordas típicos desse gênero: violino, banjo, violões ciganos e contrabaixo acústico.
O grupo investe em pesquisa de repertório e arranjos, relendo em linguagem manouche temas conhecidos do grande público: desde os clássicos nacionais de Noel, Cartola, Pixinguinha, Tom Jobim e Vinícius de Moraes até o pop internacional dos Beatles, Michael Jackson e Queen.

Origem
O Hot Jazz Club tem seu nome como referência clara à célebre formação do Hot Club de France, que ficou famosa pelo encontro de duas figuras marcantes do jazz: Stéphane Grapelli no violino e Django Reinhardt no violão cigano, que se reuniram como banda nos anos 30 em Paris. A originalidade da formação – por empregar instrumentos de sonoridade acústica e perfil camerístico – sempre foi surpreendente, uma vez que o jazz viu surgir como solistas preferenciais uma quantidade abundante de trompetistas, saxofonistas etc. Embora as formações de jazz mais usuais (que incluem instrumentos de sopro, piano e bateria) sejam tradicionalmente mais abundantes, há, mesmo hoje em dia, Hot Clubs em diversos países – Estados Unidos, Alemanha, França, Dinamarca, Canadá, Suécia e Japão –, sempre incluindo em suas formações o violino, o violão cigano e o contrabaixo acústico.
As coincidências entre as histórias dos dois grupos são curiosas: a banda do Hot Club de France surgiu no Claridge Hotel de Paris, quando o hotel inaugurou, como opção de entretenimento, chás dançantes no horário das 17h às 19h. Bandas diferentes, de sonoridade leve, agradável e, naturalmente, dançantes, se revezavam a cada 20 minutos – num desses intervalos, Grapelli precisou trocar uma das cordas de seu violino; enquanto afinava o instrumento atrás das cortinas, encontrou Django e começaram a tocar juntos desde então. Grapelli costumava dizer 'talvez, se eu não houvesse quebrado aquela corda, nunca tivesse acontecido...'.
O Hot Jazz Club surgiu há dez anos em Campinas também em um hotel, como parte de um projeto de happy-hours jazzísticas. Semelhantemente, diferentes formações jazzísticas se revezavam – quando, certa vez, um dos integrantes do grupo que Ernani liderava não pôde comparecer e foi chamado Modesto para compor a formação com sua guitarra. A admiração de ambos pela música e estilo de Django Reinhardt estabeleceu logo a afinidade das referências – a escolha do contrabaixo de Syllos, por fim, pareceu óbvia, pelo caráter quase performático e dançante do trio e, desde então, o trabalho desenvolveu-se a passos largos e consistentes. Talvez, contudo, se aquele outro músico não houvesse faltado, então, também nunca tivesse acontecido.
Com o Hot Jazz Club, a linguagem elaborada do jazz ganha contornos suaves e agradáveis, com um ritmo envolvente e dançante que contempla desde os temas consagrados do swing até standards contemporâneos – mas não para por aí: o trio veste também com seus timbres surpreendentes e bem humorados desde os clássicos da bossa-nova e do blues até temas pop dos anos 70; desde baladas imortalizadas nas vozes das divas do jazz até grooves da Motown.

Intercâmbios de linguagens musicais
 Inspirado pela sonoridade ‘Hot Club’, o grupo inclui sempre em seu repertório alguns clássicos do jazz manouche, sobretudo os grandes hits que consagraram o gênio de Django Reinhardt e o estilo de Stéphane Grappelli. Longe, porém, de se ater ao papel de cover, o grupo apenas se utiliza dessa linguagem específica para desenvolver sua vocação fundamental, que é a de promover releituras de temas originalmente escritos em outras linguagens. Sempre fez parte da atitude essencial do jazz a ideia de reler com liberdade, humor e improvisação temas conhecidos pelas pessoas e advindos de substratos culturais mais populares. Os primeiros jazzistas executavam versões improvisadas de sucessos do teatro de variedades e dos salões de baile; mais tarde, esse mesmo importe continuou com os sucessos da Broadway e de Hollywood.
Ao longo de seus mais de 10 anos de existência, o Hot Jazz Club fez questão de incluir em seu repertório releituras de temas pop, de melodias da MPB, de clássicos do samba e da bossa nova em versões jazzísticas inusitadas como parte de sua vocação em exercitar um contínuo e criativo intercâmbio de linguagens, acreditando ser essa uma estratégia eficiente para promover também a formação de novos ouvintes. Ao proporcionar ao ouvinte a oportunidade de reconhecer as músicas de que tem memória afetiva e cultural, o Hot Jazz Club oferece uma experiência completamente autêntica e lúdica de compreensão da essência do jazz: a percepção de que o jazz não é o que se toca mas, sobretudo, como se toca – e que, quando se conhece a referência de origem, é possível não apenas apreciá-lo como realmente divertir-se com o jogo de improvisações que os músicos desempenham sobre o tema.
 O sofisticado repertório montado ao longo dos anos de constantes pesquisas dá a dimensão do trabalho que o trio vem desenvolvendo a passos largos e consistentes. O produtor e crítico musical Zuza Homem de Mello tem feito entusiasmados elogios ao grupo como sendo "o Fino do Jazz em Campinas", "com um repertório de um bom gosto insuperável" e assinou a produção do primeiro álbum do trio, que contou com participação especial de Roberto Menescal.
Do batucado manso da bossa-nova ao funkeado empolgante de grooves quentes, da batida pop dos hits americanos ao sincopado dos ritmos latinos, das melodias europeias ao chorinho, ao samba e à bossa nova, todas as cores musicais se agitam e saem com uma alegria contagiante do bojo encordoado dos instrumentos que fazem lembrar o swing francês nostálgico e dançante dos anos 30. A surpresa fica por conta de redescobrir a cada vez os mais consagrados temas através dos inusitados intercâmbios de linguagens musicais e dessa instrumentação singular e bem-humorada, que faz com que cada interpretação seja única.

Repertório:
1.    Minor Swing – Django Reinhardt / Stéphane Grappelli
2.    Djangology – Django Reinhardt
3.    Daphné – Django Reinhardt
4.    Nuages – Django Reinhardt
5.    Swing 42 – Django Reinhardt
6.    J’attendrai – Dino Olivieri
7.    All of me – Simons/Marks
8.    Embraceable you – George Gershwin
9.    Nature boy – Eden Ahbez
10. While my guitar gently weeps – George Harrison
11. Billie Jean – Michael Jackson
12. Manhã de carnaval – Luís Bonfá
13. Água de beber – Tom Jobim
14. Lamentos – Pixinguinha
15. As pastorinhas – Noel Rosa
16. Se é tarde me perdoa – Carlos Lyra
17. As rosas não falam – Cartola
18. Samba em prelúdio – Vinícius de Moraes/Baden Powell
19. Como uma onda no mar – Lulu Santos (SWING A LA PLAGE)
20. Concerto em Re Menor – Johann Sebastian Bach.

Para assistir a um clipe do grupo: https://www.youtube.com/watch?v=lsHlmaTkOS4.
O bar/restaurante Almanaque Café fica na Avenida Albino José Barbosa de Oliveira 1240, em Barão Geraldo, Campinas. Telefone: (19) 3249-0014.

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