Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Os 40 anos da Banda Redonda e os 80 do Carlão, o General da Banda

Divulgação
A banda mais antiga e tradicional da cidade faz hoje a abertura da semana carnavalesca em São Paulo. Fundada por Carlos Costa (Carlão), Luiz Carlos Parreira, Aldo Bueno, Henrique Lisboa (Taubaté), atores do Teatro de Arena, jornalistas, músicos, artistas e boêmios que frequentavam o Bar e Restaurante Redondo, a Banda Redonda pede passagem, coloca os foliões e sambistas nas ruas no dia 24 de fevereiro, começa a se arrumar (ou se desarrumar) em frente ao Teatro de Arena Eugênio Kusnet, na Rua Theodoro Baima 94, esquinas da Rua da Consolação com Av. Ipiranga. A concentração será 19h e a saída do desfile, às 21h. Durante a concentração haverá o aquecimento com o Carlão, General da Banda de SP e a entrega do Troféu Banda Redonda para personalidades que fazem a diferença na cultura, artes, comunicação e no esporte. Os homenageados deste ano são Ítalo Cardoso (vice-presidente da SPTuris), Juca Ferreira (secretário municipal de Cultura de SP), Luiz Wagner (músico e compositor), Nicole Puzzi, (atriz ), Raymundo de Souza (ator e fundador da banda), Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, representado pelos presidentes em 1975, Audálio Dantas e o atual, José Augusto Camargo, o Guto. O evento também contará com a presença de Kiko Barros e Aninha Barros, filhos do Plínio Marcos. Todo ano o evento conta com a participação da Corte do Samba Paulista, na concentração, com o Rei Momo, a Rainha e as princesas. A apresentação fica por conta do grande defensor do samba e do carnaval Moisés da Rocha, do programa O Samba pede passagem. A porta estandarte e rainha da Banda é a bailarina Dan Sonora. Veja um vídeo sobre a banda no link http://www.youtube.com/watch?v=bzy3sjZhcPk (Artver).
“Nossa gente é essa aí: atores, jornalistas, boêmios, artistas do cinema, televisão sambistas, pintores, gente da noite, do dia, da madrugada e de todas as horas, enfim, gente que cultua a nossa cultura popular” (Carlão).
Vários artistas e convidados especiais sempre participam da concentração da banda, entre eles, os atores de teatro, cinema e TV Analy Alvarez, Antonio Petrin, Chico de Assis, Cris Fontana, Gésio Amadeu, Graça Berman, Humberto Magnani, João Acaiabe, Luiz Serra, Oswaldo Mendes, Paulo Hesse, Regina Braga e Tadeu Di Pietro. Também marcam presença César Vieira (dramaturgo e diretor de teatro), Chico de Assis (dramaturgo, ator e professor de dramaturgia), Castor Fernandez (fotógrafo e amigo do Plínio), Chico Pinheiro, (jornalista - TV Globo), Emilio Fontana (diretor e professor de teatro, cinema e TV), Oswaldo Mendes (jornalista, ator, diretor de teatro e escritor) e Raimundo José (cantor e músico), entre outros.
Entre as personalidades do meio cultural, artístico e esportivo que já receberam o troféu Banda Redonda, estão Alaíde Costa, Analy Alvarez, Ari Toledo, Bárbara Bruno, Caio Luiz de Carvalho, Carlos Cortez, Chico de Assis, Chico Pinheiro, Claudia Mello, Denis Derkian, Dr. Demetrio Hossne, Doutor Sócrates, Dr. Davi Serson, Dráuzio Varella, Emilio Fontana, Esther Góes, Etty Frazer, Gabriela Rabello, Helena Ignez, Inezita Barroso, Ivan Giannini, João Acaiabe, João Batista de Andrade, José Renato Pécora, Lauro César Muniz, Ligia Cortez, Maria Alcina, Netinho de Paula, Osmar Santos, Oswaldo Mendes, Paulo Goulart, Dr. Paulo Meneghini, Paulo Vanzolini, Plínio Marcos, Raquel Trindade – A Kambinda, Regina Braga, Regina Echeverria, Renato Borghi, Renato Consorte, Serafim Costa Almeida, Sérgio Mamberti, Silvia Vinhas, Tadeu di Pietro, Téo Azevedo e Walderez de Barros entre outros.
Para animar os foliões, a banda conta com um belo time de intérpretes: Aldo Bueno, Douglas Franco, Germano Mathias, Jandir, João Borba, João Pedro, Mazinho do Salgueiro e Silvio Modesto, que serão acompanhados pela Banda Musical do Fumaça, com mais de 30 integrantes, apresentando tradicionais marchinhas e sambas do carnaval brasileiro.  

BANDA REDONDA – Especial de 40 anos de folia e os 80 anos do Carlão
Concentração em frente ao Teatro de Arena Eugênio Kusnet – Rua Teodoro Baima 94 – Consolação.
Dia 24 de fevereiro, segunda-feira - concentração: 19h / Entrega dos troféus: 20h / saída: 21h – Grátis.
Informações: Edson Lima (11) 3739-0208 / 95030-5577 / Teatro de Arena: (11) 3256-9463 / China: (11) 97676-2340.
Roteiro: Ruas Theodoro Baima, da Consolação, Xavier de Toledo, Teatro Municipal, Rua Cons. Crispiniano, Largo do Paissandu, Av. São João, Av. Ipiranga, Praça da República, regressando ao Teatro de Arena e encerrando o desfile com músicas do verdadeiro carnaval de rua.

Grêmio Recreativo Cultural e Carnavalesco “Banda Redonda”
Presidente: Carlão – O General da Banda de SP / Organização: China - Tel. (11) 97676-2340
Patrocínio: Prefeitura da cidade de São Paulo / SPTuris - São Paulo Turismo, Abasp – Associação das Bandas Carnavalescas de São Paulo e SKOL/Ambev. Apoio: O Autor na Praça.

HISTÓRICO DA BANDA - A “Redonda” substituiu a Banda Bandalha, criada no auge da repressão militar, pelo dramaturgo e ator Plínio Marcos, em 1972. Plínio gravava a novela Bandeira Dois, no Rio de Janeiro e não aguentava mais as piadas e provocações dos cariocas dizendo que bloco de paulista é bloco de concreto armado, que cordão de paulista é cordão de isolamento e, como se tudo isso ainda não bastasse, atormentavam Plínio Marcos, citando Vinicius de Moraes: “São Paulo é o túmulo do samba”. Àquela altura, a Banda de Ipanema já era famosa, trazendo como musas Leila Diniz e Odete Lara. Injuriado com tantas brincadeiras, Plínio chamou seu colega de teatro, Carlos Costa, o Carlão, que já era frequentador do mundo do samba paulista desde que aqui chegou, em 1945, mas ganhava a vida no teatro. Carlão foi bilheteiro, contrarregra e ator, atuou no teatro de Arena, no cinema e foi um grande parceiro do Plínio, atuando em várias peças e ao seu lado em vários momentos na luta. Então, Plínio Marcos se autoproclamou presidente da Banda Bandalha e convidou Carlão para ser o vice-presidente.
Em 1972 e 1973, a banda – sempre saindo da frente do Teatro de Arena e percorrendo o centro – foi sucesso de cara, tendo no primeiro desfile como Porta Estandarte a atriz Etty Frazer e mestre sala o ator Toni Ramos. Também contou com ilustres participantes, como a atriz Walderez de Barros, o dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri, a atriz Eva Vilma, o ator John Herbert, Pepita e Lolita Rodrigues, os jornalistas Arley Pereira, José Ramos Tinhorão, o ator e artista plástico Luiz Carlos Parreira. Claro que não podiam faltar os sambistas famosos das escolas de samba e parceiros de Plínio e Carlão: Geraldo Filme, Jangada, Jorge Costa, Silvio Modesto, Talismã, Toniquinho Batuqueiro, Zé Ketti, Zeca da Casa Verde, além da turma da “Vagão” e redondeza, entre tantos outros atores, jornalistas e foliões. A Bandalha durou dois anos, depois de brigas com a prefeitura, Plínio se injuriou e falou que não tinha mais Bandalha. Com o fim da Bandalha, seus remanescentes, encabeçados por Carlão, formaram a Banda Redonda, que desfilou pela primeira vez em 74 e naquela ocasião mudou a colocação da diretoria, ficando Carlos Costa na presidência e Plínio como vice. Hoje Carlão continua dirigindo a “Redonda” e tem o China como secretário geral. Com a inspiração do artista plástico Luis Carlos Parreira, a “Redonda” adotou a pomba como símbolo e as cores azul, ouro e branco. Atualmente, os desfiles da banda são acompanhados por cerca de 15 mil pessoas e já faz parte do calendário oficial do carnaval de São Paulo. Além disso, ela é filiada à Abasp - Associação de Bandas de Carnaval de São Paulo.
Sobre Carlos Costa, O General da Banda Redonda, também conhecido como, Carlão da Vila e Carlão do Boné, nasceu na cidade de São Carlos, no interior do estado, onde aprendeu muito do samba paulista através de seu pai, Sr. Oscar Costa e chegou à cidade de São Paulo em 1945. Aprendeu a história do samba paulista convivendo com seus maiores sambistas, como Geraldo Filme, Henricão, Zeca da Casa Verde, Jangada, Talismã, Toniquinho Batuqueiro e Carlão do Peruche, entre tantos outros.
Carlão curtiu e viveu o samba em sua forma mais autêntica. Nestes 38 anos da banda, a maior satisfação de Carlão é oferecer a oportunidade para todas as classes e camadas da população curtir o autêntico carnaval, sem qualquer custo, colocando lado a lado todas as diferenças, equacionadas no mais simples momento de alegria. Carlão foi grande parceiro e amigo do dramaturgo Plínio Marcos, atuando e assessorando em várias peças e, juntos, enfrentaram muitas situações de resistência à censura e a ditadura militar. Carlão também atuou no cinema nos filmes O Homem que virou suco, de João Batista de Andrade (1981), Jogo Duro, de Ugo Giorgetti (1985), Nenê Bandalho, texto de Plínio Marcos dirigido de Emilio Fontana (1971), Gaijin – Caminhos da Liberdade, de Tizuka Yamazaki (1980), Estrada da Vida, de Nelson Pereira dos Santos (1980), Pixote – a lei do mais fraco, de Héctor Babenco (1980) e Eles não usam Black Tie, texto de Gianfrancesco Guarnieri, dirigido de Leon Hirszman (1981).
"A Banda Redonda surgiu na época da repressão da ditadura militar, com objetivo de trazer para a rua os executivos dos escritórios do ‘centrão’ da capital paulista para brincar o carnaval com o povo na rua com ou sem fantasia, com ou sem dinheiro”, afirma Carlos Costa. Carlão já coordenou o carnaval de rua da cidade, pela prefeitura. Hoje, aposentado, ainda tem uma salinha no sambódromo (SPTuris), onde além de cuidar dos arquivos do carnaval paulistano e ocupa a função de consultor para assuntos carnavalescos. Ele é convidado a ministrar palestras sobre o carnaval e o samba paulista em faculdades, clubes e instituições.

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