Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

quarta-feira, 31 de julho de 2013

Fazenda Pau Preto é tema de exposição virtual do Pró-Memória

Divulgação
A Fundação Pró-Memória de Indaiatuba já disponibilizou a sexta exposição virtual em sua fan page no Facebook e em seu site. O tema escolhido foi a Fazenda Pau Preto.

Histórico
A antiga sede da Fazenda Pau Preto foi construída no início do século 20, entre 1810 e 1820, através da técnica da taipa – tanto a de pilão como a de mão – utilizando mão de obra escrava. Para levantar paredes de taipa de pilão, era necessário o uso de formas móveis com peças encaixáveis que se moviam de acordo com a necessidade de elevar ou estender as paredes.
No interior da forma feita de tábuas era depositada uma massa composta majoritariamente por uma mistura de terra e água. Após o depósito da massa era necessário pilar, ou seja, compactá-la com intensas batidas através do uso de uma ferramenta de madeira. A forma era desmontada após a massa estar seca e montada e assim a parede ia se constituindo. As paredes de taipa de mão eram feitas de madeira bruta, amarradas com cipó, numa estrutura que levava o nome de “gaiola”. Depois de estarem prontas, os espaços vazios da estrutura eram preenchidos com a massa de terra e água, mas, desta vez, com o uso das mãos. Em outras paredes foi identificado o uso de pedras, além de tijolos, que foram usados num segundo momento, quando o prédio sofreu alterações para adaptar-se às várias gerações da família Bicudo, que ali residiu desde 1885 até a década de 1980.
Por volta de 1885, o proprietário da Fazenda Pau Preto agregou a suas terras a chácara onde havia sido construído o Casarão e o transformou em sede da propriedade e, logo após, construiu ao lado do Casarão um prédio de tijolos para abrigar uma máquina a vapor para beneficiar café, sendo por muito tempo a única na cidade. Assim, este prédio, que possui traços da arquitetura industrial inglesa, é denominado Tulha.
A arquitetura do Casarão e da Tulha são portadoras de informações da economia brasileira em dois períodos: no período em que o Brasil foi colônia de Portugal, na qual o Casarão foi construído com o incentivo português à produção açucareira, voltada ao mercado predominantemente europeu e a Tulha, fruto da economia cafeeira do início da industrialização no Brasil. Neste período, houve na região a introdução de linhas férreas dinamizando a escoação da produção até o Atlântico.
Na década de 1980, a Fazenda Pau Preto, já recortada por ruas e outras construções, tornou-se alvo do mercado imobiliário, o que ocasionou a destruição parcial da Tulha. Neste momento, surgiu um movimento para sua preservação e para impedir a sua total demolição. Desse modo, em 1983 o Casarão foi declarado de utilidade pública, para nele ser instalado um museu. Após esta data, o prédio sofreu algumas intervenções e passou a abrigar a Secretaria Municipal de Cultura.
Assim, o mesmo movimento originário para impedir a demolição do Casarão deu origem a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, que se tornou responsável pela preservação do imóvel e, em 2007, o Casarão Pau Preto deixou de abrigar a Secretaria da Cultura e passou a ser sede administrativa da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, abrigando o Museu, a Biblioteca Municipal Rui Barbosa, o auditório Tulha e um espaço aberto (o bosque) com árvores centenárias remanescentes da antiga fazenda.

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