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João Caldas |
Sucesso de público e crítica, A Falecida integrou o projeto Nelson
Rodrigues 100 anos SESI-SP, em 2012 e foi vista por mais de 13 mil espectadores
no Teatro do SESI – São Paulo. Ao
longo da narrativa, o espectador é levado a refletir sobre o homem e seu destino,
assim como nas clássicas tragédias gregas. O pano de fundo é um Rio de Janeiro essencial e metafórico, com
ênfase nos personagens e cenários da zona norte dos subúrbios, da Tijuca a
Madureira. As máscaras trágicas, que simbolizavam o cidadão grego, ganham nova
representação por meio de caricaturas dos personagens cariocas. A ideia é levar
ao palco um grande desfile dramático teatral – com elementos essenciais da
nossa cultura, como o samba, a charanga e os blocos.
Segundo Marco Antônio Braz, especialista na obra de
Nelson Rodrigues e diretor do espetáculo, a força da dramaturgia rodriguiana
consiste em manipular genialmente a estrutura do melodrama, extraindo o máximo
de profundidade que o gênero pode obter. “Há
um envolvimento pleno do espectador com a situação dramática. Qualquer plateia
diante de um Nelson
Rodrigues bem encenado se torna ruidosa”, afirma. E
complementa: “Não há sucesso possível com
o teatro de Nelson sem que a plateia reaja com espanto e risos histéricos. É
como se ele conseguisse fazer o público contemporâneo reviver os conceitos
aristotélicos de terror e piedade. E lhe acrescentasse humor. Um humor
paradoxal e cruel.”
Sinopse
Os dois personagens principais formam um núcleo
familiar dos mais miseráveis que Nelson retratou. Zulmira, dona de casa
suburbana e Tuninho, típico carioca, que possui a mais improvável das
profissões: desempregado. O casal não tem filhos. Como a peça se chama A
Falecida, sabemos que ela vai morrer. O marido, Tuninho, possui uma paixão:
o Vasco da Gama. Ele é torcedor fanático. A história se passa durante a semana
da decisão do campeonato – quando o Vasco disputa a final contra o Fluminense.
A peça narra a trajetória do casal. Zulmira fica obcecada com a ideia de que
uma mulher loira irá destruir sua vida, como afirmou a cartomante. A partir
disso, procura uma funerária e encomenda para si própria o caixão mais caro.
Tudo isso exaspera o marido, que sequer desconfia do caixão. Um tom melancólico
e brejeiro dos subúrbios desenhado nas personagens ganha destaque. A cena da
morte de Zulmira é antológica. Nela a peça começa a mostrar um fundo falso.
Zulmira faz seu último pedido: que o marido vá à funerária encomendar o seu
enterro.
Ficha técnica
Direção
artística: Marco Antônio Braz
Elenco: Lucélia
Santos, Rodrigo Fregnan, Tatiana de Marca, Almara Mendes, Adriana Guerra,
Alessandro Hernandez, Rafael Boese, Willians Mezzacapa, Claudinei Brandão e Fábio
D’Arrochella
Produção
executiva: Márcio Brodt
Produção
local: Marcelo Perroni
Cenário
e adereços: J.C. Serroni
Figurino:
Telumi Hellen
Iluminação:
Wagner Freire
Som:
Tunica Teixeira
Produção:
Círculo Teatro Produções
SERVIÇO
Espetáculo
A Falecida
Local:
Teatro
do SESI Campinas (Amoreiras) - Av. das Amoreiras 450, Parque Itália
Datas
e horários: dias 9 e 10 de maio (quinta e sexta-feira),
às 20h
Capacidade: 366 lugares e 8 para cadeirantes
Classificação
indicativa: 16 anos
Duração: 70 minutos
Informações: (19) 3772-4184 / 4183 / 4168
Entrada gratuita – os ingressos serão
distribuídos 1 hora antes do início da apresentação.
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