Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

terça-feira, 22 de maio de 2012

Ford Maverick no Encontro de Carros Antigos do Galleria

O Maverick, modelo que marcou a década de 1970, será o homenageado no próximo Encontro de Carros Antigos do Galleria Shopping, que acontecerá no estacionamento do shopping no próximo domingo (dia 27 de maio) a partir das 8h. O evento, organizado pelo clube V8&Cia, deverá reunir clubes de Mavericks da região de Campinas e da cidade de São Paulo.
Promovido todo último domingo do mês no estacionamento do piso térreo do Galleria Shopping, o Encontro de Carros Antigos já virou uma tradição, atraindo cerca de 300 expositores a cada edição. O evento é uma excelente opção de passeio e também reúne venda de peças, acessórios, camisetas, bonés, revistas, miniaturas e todo tipo de artigo relacionado ao antigomobilismo. Além de gerar entretenimento e cultura, o Encontro de Carros Antigos possui cunho social. Para participar, os proprietários de veículos devem levar 1 kg de alimento não perecível, que será doado para entidades assistenciais de Campinas e região.
Tendo como base os modelos Falcon, Fairlane e Mustang, em 1969 chegava ao mercado norte-americano o Ford Maverick, um carro pequeno para os padrões daquele país. Com melhor dirigibilidade e comportamento dinâmico que seus irmãos, o Maverick mantinha uma quase exigência para os americanos: motor dianteiro e tração traseira.
O Ford Maverick era a versão familiar do esportivo Mustang. O modelo chegou ao mercado com o motor Thriftpower Six, também usado no Falcon, com seis cilindros em linha, comando de válvulas no bloco, válvulas no cabeçote, mas com duas opções de cilindrada: um 2,8 litros, com potência de 82 cv e 3,3 litros com 91 cv. Um ano depois chegava um motor mais potente de 4,1 litros e 98 cv. O câmbio poderia ser manual ou automático de três marchas. Mas a grande sensação chegaria em 1971, com o histórico motor 302 V8, de 4,9 litros e 143 cavalos. O curioso é que freios a disco, ar condicionado e direção hidráulica eram opcionais. No Brasil, a Ford Motor Company precisava de algum modelo para fazer frente ao sucesso de vendas da General Motors, o Opala. Através de pesquisas, o modelo escolhido era o europeu Ford Taurus, mais moderno e bonito, mas que exigiria grandes investimentos para desenvolvimento e produção de um novo motor. Assim, a decisão recaiu em cima do Maverick norte-americano.
No Salão do Automóvel de 1972, o carro era apresentado ao consumidor brasileiro e começou a ser vendido no meio do ano seguinte. O modelo inicial foi como motorização seis cilindros em linha, de 3 litros e 112 cavalos. Esse motor já era utilizado no Aero Willys. Alguns meses depois chegou o que causaria maior impacto: o modelo GT. No lançamento, chegou a ter mais de um ano de fila de espera. Com motor 302 V8, chegava para brigar com o Dodge Charger V8 de 5,2 litros e o Opala SS seis cilindros em linha de 4,1 litros. Com um forte apelo esportivo e bem mais equipado, o Maverick GT atingia a velocidade máxima de 180 km/h e fazia de 0 a 100 km/k em 11 segundos. Para a época, eram números muito bons e enfrentava seus concorrentes com méritos. Porém, tinha muitos problemas, como freios deficientes, superaquecimento do motor e alto consumo. O superaquecimento do motor foi resolvido com o tempo, o restante, nunca. O alto consumo foi também um dos motivos do fracasso do modelo de seis cilindros, que tinha um desempenho sofrível e consumo igual ao do modelo de oito cilindros.
Com a crise de combustível, em 1975, surgia o modelo com quatro cilindros em linha. Sem nunca ter sido um sucesso de vendas e demonstrando o erro ao não ter apostado no Taurus, em abril de 1979 a Ford descontinuou o Maverick, depois de terem sido produzidas 108.106 unidades. Porém, até hoje o carro tem verdadeiros e apaixonados admiradores e é um dos modelos mais desejados pelos colecionadores, o que torna seu preço bem elevado.

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