Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Banda Redonda

A mais antiga e tradicional banda carnavalesca da cidade de São Paulo nasceu com o nome de Bandalha (que lembrava um bloco de sujos de Santos, sua cidade natal) e foi criada em 1972, no auge da repressão militar, pelo dramaturgo e ator Plínio Marcos. Plínio gravava a novela Bandeira Dois no Rio de Janeiro e não aguentava mais as piadas e provocações dos cariocas, que diziam que "bloco de paulista é de concreto", "cordão de paulista é cordão de isolamento"; etc. Injuriado com as brincadeiras, chamou seu colega de teatro, Carlos Costa, o Carlão, que já era frequentador do mundo do samba paulista, mas ganhava a vida no teatro (foi bilheteiro, contra-regra e ator, atuou no teatro de Arena e também no cinema), e convidou para a vice-presidência da Banda Bandalha, da qual se autoproclamou presidente. Claro que a dupla viu na banda uma forma de se expressar num momento em que a censura calava o teatro, jornais e outras manifestações.
Em 1972 e 1973, a banda saiu da frente do Teatro de Arena e percorreu o centro; foi sucesso de cara, tendo no primeiro desfile como porta-estandarte a atriz Etty Fraser e mestre-sala o ator Tony Ramos; também contou com muitos outros participantes ilustres como a atriz Walderez de Barros, o dramaturgo Gianfrancesco Guarnieri, o ator John Herbert, Pepita e Lolita Rodrigues, os jornalistas Arley Pereira e José Ramos Tinhorão, o ator e artista plástico Luiz Carlos Parreira, além da turma da “Vagão” e redondeza, entre tantos outros atores, jornalistas e foliões. A banda durou dois anos —depois de brigas com a Prefeitura, Plínio se injuriou e falou que não tinha mais Bandalha, mas seus remanescentes, encabeçados por Carlão, formaram a Banda Redonda, que desfilou pela primeira vez em 74, agora tendo Carlos Costa como presidente e Plínio como vice. Com a inspiração do artista plástico Luis Carlos Parreira, a banda adotou a pomba como símbolo e as cores azul, ouro e branco. Atualmente, os desfiles da banda são acompanhados por cerca de 15 mil pessoas e já entraram no calendário oficial do carnaval de São Paulo. Além disso, ela é filiada à ABASP - Associação de Bandas de Carnaval de São Paulo.

A Banda Redonda homenageia todos os anos personalidades destacadas no meio cultural e artístico; este ano, lembra os 10 anos sem o dramaturgo e escritor Plínio Marcos, companheiro e seu fundador. Este ano a Redonda sai dia 16 de fevereiro às 19h, com concentração na frente do Teatro de Arena Eugênio Kusnet (r. Teodoro Baima 94). Dali, o desfile percorrerá a Rua da Consolação, Xavier de Toledo, Teatro Municipal, Conselheiro Crispiniano, avenida São João, Ipiranga, Praça da República, cruzando a São Luís e, voltando ao ponto de partida, o desfile da se encerra com algumas músicas do verdadeiro carnaval de rua. Para mais informações, Carlão (SPTuris), 11 2226-0651 ou Teatro de Arena, 11 3256-9463 (com Elias).

Um comentário:

Unknown disse...

JÁ PARTICIPO DA BANDA DA REDONDA A MAIS DE 10 ANOS.
ADORO FAÇO MODELITO ESPECÍFICO PARA A OCASIÃO.
ENTÃO JÁ SABE SEGUNA-FEIRA TODAS JUNTO COM A DRAG QUEEN TCHAKA NA BANDA DO REDONDO.
BJS.
TCHAKA.