Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda minha vida.
Não vejo nada assim, enlouquecida,
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida.
'Tudo no mundo é frágil, tudo passa...'
Quando me dizem isso, toda a graça
Uma boca divina fala em mim
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
'Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como um Deus, princípio e fim.'
Florbela Espanca
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Pois que tu és já toda minha vida.
Não vejo nada assim, enlouquecida,
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida.
'Tudo no mundo é frágil, tudo passa...'
Quando me dizem isso, toda a graça
Uma boca divina fala em mim
E, olhos postos em ti, digo de rastros:
'Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como um Deus, princípio e fim.'
Florbela Espanca
Um comentário:
Conheci a poesia de Florbela Espanca com minha mãe, ainda menino e nunca mais fui o mesmo ! É muito bom encontrar no seu Blog, vez ou outra, referências poéticas tão fortes!
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