O superintendente do SAAE, Nilson Alcides Gaspar com o cônsul Boaz Albaranes e o prefeito Reinaldo Nogueira. Foto: Eliandro Figueira. |
Quando o Consórcio PCJ lançou a ideia de dessalinizar água
no litoral paulista para incrementar as vazões do Sistema Cantareira, muitos
viram com desconfiança a alternativa devido aos custos dessa tecnologia. No
entanto, durante o evento promovido pela entidade em parceria a Missão
Econômica de Israel em São Paulo, representantes e gestores de serviços de
água, empresas e órgãos públicos, além de prefeitos da região, se mostraram
bastante entusiasmados com as iniciativas apresentadas e os custos de
implantação.
O diretor presidente da Coden (Companhia de Desenvolvimento
de Nova Odessa), Ricardo Ongaro, se interessou bastante pela tecnologia de
membranas filtrantes para estações de reuso e, principalmente, com os valores
convidativos para aplicação.
O cônsul Boaz Albaranes voltou a reiterar sobre a redução
dos custos de dessalinização – hoje, a média está em US$0,50 por metro cúbico
de água tratada ou R$1,50 pelo câmbio atual.
Para se ter ideia, o custo do tratamento de água
convencional que temos hoje nas Bacias PCJ gira em torno de R$0,80. “Esse custo de tratamento ocorre quando os
rios estão com altas vazões e, assim, com qualidade melhor da água, porque
quando apresentam vazões baixas, como verificamos na estiagem de 2014, esse
custo passa de R$1. Lembrando que a dessalinização pode ser barateada,
dependendo da oscilação do câmbio”, comentou o presidente do Consórcio PCJ
e prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira.
O vice-presidente da Autoridade Israelense de Água, Abraham
Tenne, apresentou como funciona o sistema de gestão de recursos hídricos de
Israel, destacando a educação ambiental feita desde o início da formação das
crianças, a importância da água com a aplicação de tarifas reais, até como
forma de sensibilização da questão hídrica, além do combate às perdas hídricas
e a dessalinização. As perspectivas para Israel nos próximos anos são de que a
população continue a aumentar, enquanto que a precipitação vai diminuir cerca
de 10% e com essa abordagem ele fez uma afirmação que impactou a todos. “Não precisamos esperar pela chuva, pois,
não dependemos dela”, disse Tenne.
Israel possui a maior usina de dessalinização por osmose do
mundo e faz investimento nessa área há 15 anos. Essa tecnologia consiste na
passagem de solvente por uma membrana semipermeável do meio mais diluído para o
menos diluído. Esse solvente, que geralmente é a água, vai passando de modo
espontâneo até que a altura da solução que está recebendo a água chegue num
ponto que exerça uma pressão sobre a membrana, impedindo que o fluxo do
solvente continue, ou seja, aplica-se uma pressão sobre a água do mar maior do
que a sua pressão osmótica e, com isso, a água passa pela membrana
semipermeável em direção ao outro recipiente contendo água pura.
A delegação israelense estabeleceu como próximo passo da
parceria com o Consórcio PCJ, a organização de comitiva para o evento WATEC-
Israel 2015, que acontecerá de 13 a 15 de outubro, em Tel Aviv. Segundo o
cônsul Albaranes, essa seria uma oportunidade para os brasileiros conhecerem na
prática as usinas de dessalinização e de reuso de Israel. O secretário
executivo do Consórcio PCJ, Francisco Lahóz, iniciou as tratativas para
viabilizar a iniciativa no segundo semestre.
Mais informações sobre as parcerias internacionais na gestão
da água que o Consórcio PCJ possui e está negociando, acesse o site www.agua.org.br.
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