Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

sexta-feira, 13 de março de 2015

Álvaro Petersen lança CD ‘Sibipiruna’ em Campinas

Crédito da foto: César Cury.
O Almanaque Café (Av. Albino José Barbosa de Oliveira, 1240, em Barão Geraldo, Campinas)
recebe na próxima quarta-feira, dia 18, às 21 horas, o lançamento do CD Sibipiruna, do cantor e compositor Álvaro Petersen. O show terá participação especial da cantora Gigi Trujillo, Banda Nene Silva (contra-baixo) e Pepa D’Elia (bateria).

Nativa da mata atlântica, a sibipiruna é uma planta muito comum em cidades paulistas.  De cor amarelo vivo, fornece sombra fresca e floração exuberante. Por todas essas características foi escolhida para intitular o primeiro CD do artista, que, a partir da planta, escreveu uma letra de cenário surreal – várias sibipirunas brotando na areia de uma praia. “Gosto de criar situações que só poderiam existir na arte. Por isso, um dos versos diz: ‘Sibipiruna é uma flor/Da árvore da minha terra/Minha casa mora em frente dela’.”

O álbum, que foi gravado no Brasil, França e Bélgica, é produzido por Edmundo Carneiro, percussionista brasileiro radicado na França. Participam músicos como Bocato (trombone) e Jean Trad (guitarra), além da cantora Valerie Minsi (de Paris) e do pianista Sebastian Motz (Bruxelas).

Sempre muito suingado, o CD traz uma mistura de funk, samba-rock, bossa, reggae e baião, tudo dirigido pelo violão de Álvaro. A poesia vai do lírico como em ‘Morena da praia/Forma cachoeira/teus cachos macios morenos/E sendo um pirata/Assaltar-te o corpo/Roubar-te um beijo’, de ‘Morena da Praia’, à ironia de ‘Me dá sossego/O coração lembrou/Sonhei não teve jeito/Saudade atormentou/Não quero nem pensar/Quero só te ver de novo/Pra gente terminar,’ de ‘Megera’.  

Lançar seu primeiro disco em Campinas é uma felicidade para o cantor e compositor. Apesar de ser natural de Ribeirão Preto, foi em Campinas que Álvaro Petersen passou boa parte da sua vida, quando estudou na Unicamp (Física) e na PUC (Arquitetura). Na vida noturna campineira também foi onde ele desenvolveu o gosto para cantar nos bares noturnos, tendo participado da banda Luz Azul, de bastante sucesso na cidade nos anos 1990.

Apesar de só agora estar lançando o primeiro disco, a batalha de Álvaro na música remonta ao final dos anos 1970, quando ele, ainda adolescente, em Ribeirão Preto, fazia parte da turma que tinha também o músico Kiko Zambianchi e o cartunista Glauco (1957-2010). Apesar de não ter parado de compor, se envolveu com outras formas de arte. Por exemplo, era um dos manipuladores de bonecos da série Castelo Ra-tim-bum, (1994-1997) da TV Cultura. Teve músicas suas gravadas por Bebeto, Vera Negri e grupo Heartbreakers e parceiros como a cantora Fortuna e Paulo Leminski. Também participou de discos de Hélio Ziskind e Fernando Salém.

“Numa carreira de muitas vertentes de atuação, a música sempre foi minha base criativa e minha grande paixão. Compondo é como me expresso melhor. Este CD marca uma vontade e a coragem de mostrar um pouco dessa minha arte”, fala Álvaro, que estudou arquitetura e cenografia e também é professor universitário de direção de arte.

Entre suas influências, ele cita um caldeirão. Do grupo inglês The Who ao Clube da Esquina, passando por Secos & Molhados, bossa nova, o álbum Transa, de Caetano Veloso, discos de Beto Guedes, James Taylor, Led Zeppelin e Bola de Nieve. “Nos reuníamos numa praça em Ribeirão para trocar ideias, discos, impressões. Foi um tempo muito rico, de descobertas: o Brasil saia da ditadura militar, o movimento punk começava a trazer o ‘essencial’ da música, artistas partiam para lançamentos independentes; enfim, o início de um novo tempo", lembra  Álvaro.

Para mais informações: Almanaque Café – www.almanaquecafe.com.br - Telefone: (19) 3249-0014.

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