Crédito da foto: César Cury. |
O Almanaque Café (Av.
Albino José Barbosa de Oliveira, 1240, em Barão Geraldo, Campinas)
recebe na próxima quarta-feira, dia 18, às 21 horas, o
lançamento do CD Sibipiruna, do cantor e compositor Álvaro Petersen. O show terá participação especial da cantora Gigi
Trujillo, Banda Nene Silva (contra-baixo) e Pepa D’Elia (bateria).
Nativa da mata atlântica, a sibipiruna é uma planta muito
comum em cidades paulistas. De cor
amarelo vivo, fornece sombra fresca e floração exuberante. Por todas essas
características foi escolhida para intitular o primeiro CD do artista, que, a partir
da planta, escreveu uma letra de cenário surreal – várias sibipirunas brotando
na areia de uma praia. “Gosto de criar
situações que só poderiam existir na arte. Por isso, um dos versos diz: ‘Sibipiruna
é uma flor/Da árvore da minha terra/Minha casa mora em frente dela’.”
O álbum, que foi gravado no Brasil, França e Bélgica, é
produzido por Edmundo Carneiro, percussionista brasileiro radicado na França.
Participam músicos como Bocato (trombone) e Jean Trad (guitarra), além da
cantora Valerie Minsi (de Paris) e do pianista Sebastian Motz (Bruxelas).
Sempre muito suingado, o CD traz uma mistura de funk, samba-rock, bossa, reggae e baião, tudo dirigido pelo
violão de Álvaro. A poesia vai do lírico como em ‘Morena da praia/Forma cachoeira/teus cachos macios morenos/E sendo um
pirata/Assaltar-te o corpo/Roubar-te um beijo’, de ‘Morena da Praia’, à ironia de
‘Me dá sossego/O coração lembrou/Sonhei não teve jeito/Saudade atormentou/Não
quero nem pensar/Quero só te ver de novo/Pra gente terminar,’ de ‘Megera’.
Lançar seu primeiro disco em Campinas é uma felicidade para
o cantor e compositor. Apesar de ser natural de Ribeirão Preto, foi em Campinas
que Álvaro Petersen passou boa parte da sua vida, quando estudou na Unicamp
(Física) e na PUC (Arquitetura). Na vida noturna campineira também foi onde ele
desenvolveu o gosto para cantar nos bares noturnos, tendo participado da banda
Luz Azul, de bastante sucesso na cidade nos anos 1990.
Apesar de só agora estar lançando o primeiro disco, a
batalha de Álvaro na música remonta ao final dos anos 1970, quando ele, ainda
adolescente, em Ribeirão Preto, fazia parte da turma que tinha também o músico
Kiko Zambianchi e o cartunista Glauco (1957-2010). Apesar de não ter parado de
compor, se envolveu com outras formas de arte. Por exemplo, era um dos
manipuladores de bonecos da série Castelo
Ra-tim-bum, (1994-1997) da TV Cultura. Teve músicas suas gravadas por
Bebeto, Vera Negri e grupo Heartbreakers e parceiros como a cantora Fortuna e
Paulo Leminski. Também participou de discos de Hélio Ziskind e Fernando Salém.
“Numa carreira de
muitas vertentes de atuação, a música sempre foi minha base criativa e minha
grande paixão. Compondo é como me expresso melhor. Este CD marca uma vontade e
a coragem de mostrar um pouco dessa minha arte”, fala Álvaro, que estudou
arquitetura e cenografia e também é professor universitário de direção de arte.
Entre suas influências, ele cita um caldeirão. Do grupo
inglês The Who ao Clube da Esquina, passando por Secos & Molhados, bossa
nova, o álbum Transa, de Caetano
Veloso, discos de Beto Guedes, James Taylor, Led Zeppelin e Bola de Nieve. “Nos reuníamos numa praça em Ribeirão para
trocar ideias, discos, impressões. Foi um tempo muito rico, de descobertas: o
Brasil saia da ditadura militar, o movimento punk começava a trazer o ‘essencial’ da música, artistas partiam para
lançamentos independentes; enfim, o início de um novo tempo",
lembra Álvaro.
Para mais informações: Almanaque Café – www.almanaquecafe.com.br - Telefone:
(19) 3249-0014.
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