Foto: divulgação - Leonardo Lin. |
O Almanaque
Café (Av. Albino José Barbosa de Oliveira 1240, em Barão Geraldo, Campinas)
recebe no próximo dia 1º de outubro (quarta-feira) às 21 horas o evento de lançamento
do EP de Gu Siqueira & Offbeat.
Imagine uma banda de São Paulo, em 2014,
que, além de música eletrônica e rock,
também toca ijexá, ritmo celebrado pelo Afoxé Filhos de Gandhi, samba-reggae e axé-music. É essa a
proposta de Gu Siqueira & Offbeat, banda que tem ele próprio na voz, violão
e guitarra e é integrada por Thiago Liguori (guitarras e samples), Gui Sanita
(bateria), Fernando Sagawa (sax e flauta) e Alex Huszar (baixo). Estão juntos
desde 2012 e lançam o primeiro EP, que pode ser baixado gratuitamente
(www.gusiqueira.com.br). Uma das letras dá a dica: “Eu não vim de lá/ do Rio nem da Bahia/ conheço bem a primeira estação
do metrô/ Jamelão só vi na televisão/ Menina do farol aqui vende drops/ Pai
xangô gosta de chiclets/ Menino aprende a tocar tambor na escola/ Samba, rock,
reggae, beat, nagô”.
Gu Siqueira: “Nossa banda tem as características da cidade, urbana, multi-facetada,
plural. Apesar de não termos vivido o universo da música negra da forma mais
intensa presente na Bahia e Rio de Janeiro, por exemplo, também nos apropriamos
do balanço, do groove dela. Nossas
influências são muitas; desde Letierres Leite, Fela Kuti e King Tubby, até Luiz
Caldas e Daniela Mercury, construindo algo que conversa com a obra de Itamar
Assumpção, Tom Zé e Curumin”.
As canções deste disco foram surgindo e
sendo gravadas em estúdios diferentes, o que amplia o conceito de uma
sonoridade múltipla. Entre os estúdios, o Ambulante Discos, o Síncopa, Estúdio
Mario Porto e Vitrola Digital. A mixagem também foi feita por diferentes
técnicos, entre eles Nelson Pintón, Mário Porto e Thiago Liguori, que também
assina a produção musical do EP.
As letras, na maioria escritas por Gu, têm
várias influências. A vida passa como o ferro de passar flerta com poesia concreta e
haicai. O que você quer escutar traz
o ritmo ‘malemolente’ do afoxé e trata de questões do cotidiano de forma
lírica. Homem hora e Meu carro e eu, com batidas mais
rápidas, apresentam narrativas urbanas bem-humoradas. Nós busca a força da música africana e mistura guitarra distorcida
e carnaval.
Em 2013, a música O que você quer escutar ganhou videoclipe produzido pela Cliparia e
recebeu o prêmio de Melhor Videoclipe no Festival de Audiovisual de Belém
(Pará).
Uma curiosidade: o nome da banda surgiu
quando um amigo, assistindo a um ensaio do grupo, durante uma improvisação,
comentou: “Que galera offbeat, hein!”. Offbeat,
na gíria musical, significa uma batida pouco comum, ao mesmo tempo em que faz
referência ao uso de instrumentos eletrônicos. Nada mais apropriado.
Gu Siqueira começou a tocar violão e
cantar na infância, por influência da família. Nasceu em Perdões (Minas Gerais),
mas mudou-se ainda criança para o interior de São Paulo. Morou em São Carlos,
onde formou-se pela USP em engenharia mecânica. Ainda no período da
universidade montou a primeira banda. Participou de diversos festivais
universitários de música e é um dos idealizadores do Bloco do Lulu (em
Perdões), que faz um resgate do carnaval de rua. Resolvido a investir na
carreira musical, mudou-se para Campinas em 2010, para estudar Canto Popular,
na Unicamp. Conheceu os outros integrantes da Offbeat na faculdade.
O telefone do Almanaque é (19) 3249-0014.
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