Os fractais são formas geométricas que se
caracterizam por repetir indefinidamente um determinado padrão, com ligeiras e
constantes variações. O termo fractal foi criado em 1975 por Benoît Mandelbrot,
matemático francês nascido na Polônia, a partir do adjetivo latino fractus (irregular, quebrado).
A geometria fractal é utilizada para
descrever diversos fenômenos na natureza para cuja interpretação são
insuficientes as geometrias tradicionais. "Nuvens
não são esferas, montanhas não são cones, continentes não são círculos, um
latido não é contínuo e nem o raio viaja em linha reta", diz
Mandelbrot.
A ciência dos fractais apresenta
estruturas geométricas de grande beleza e complexidade, ligadas às formas e
cores da natureza e do Universo. Os fractais naturais estão à nossa volta;
basta observarmos as nuvens, as montanhas, os rios e seus afluentes, os
sistemas de vasos sanguíneos, os feixes nervosos etc.
Foto: divulgação. |
Podem eles ser identificados, por exemplo,
nas árvores, nos brócolis, nos mariscos, na samambaia, nas nuvens e em
múltiplas estruturas de seres materiais, cujas ramificações constituem
variações de uma mesma forma básica e de sua cor. Quando vistos através de uma
lente de aumento, é possível perceber a semelhança entre suas diversas partes,
em diferentes escalas.
Os fractais exprimem um superior princípio
de unidade na variedade. Uma variedade de formas e de cores tão extensa que é
levada quase ao infinito sem nunca perder seu padrão de unidade. Eles refletem a
ideia de onipresença por terem as características do todo multiplicadas dentro
de cada parte.
A partir dos fractais podemos ter uma
ideia – limitada, é claro, mas muito rica – do Universo como imagem de Deus,
pois os aspectos variam e se multiplicam, na prática indefinidamente, mantendo,
entretanto, a unidade fundamental de sua forma.
Cada fragmento possui as características
do todo, sucessivamente multiplicadas. Ou seja, cada partícula possui de algum
modo, dentro de si, a totalidade do ser de que ela faz parte. Um pouco como o
átomo, que de alguma maneira reproduz a ordem do Universo sideral.
Constituindo um ramo das ciências
matemáticas –– uma “geometria da natureza”, como tem sido designado –– o estudo
dos fractais fornece elementos preciosíssimos para o conhecimento do Universo
enquanto imagem do Criador. E esses elementos vão especialmente na linha do
belo.
Se a ciência tivesse progredido na procura
sobretudo da beleza do Universo e não tanto da utilidade da matéria bruta,
talvez tivéssemos sido poupados de muita fumaça e poluição, muito barulho e
tanto cimento. O aspecto espiritual do Universo teria sido muito mais
salientado e através dele poderíamos ter um conhecimento mais profundo e mais
rico das perfeições do Criador.
Se, apesar de meu esforço, não consegui
passar ao leitor uma ideia suficiente do que são os fractais, não se preocupe.
Contemple as fotos – e elas dizem muito mais do que eu saberia dizer.
Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da Agência Boa Imprensa.
Gregorio Vivanco Lopes é advogado e colaborador da Agência Boa Imprensa.
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