Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Exposição 'Infiorescenza', de Márcia Novaes, a partir do dia 14 na Tidelli

Foto: divulgação.
Após oito anos da última exposição, durante os quais esteve envolvida com novos estudos, técnicas e descobertas, a artista visual e paisagista Márcia Novaes apresenta as obras de sua nova fase na exposição individual Infiorescenza.  Ela traz 21 obras inéditas de grandes formatos em óleo sobre tela e uma coleção memorável de gravuras dos mais variados formatos. Infiorescenza, com coordenação artística de Ligia Testa e Lucila Vieira, tem vernissage para convidados no dia 17, quarta-feira, às 19h30, na Tidelli (Avenida Jesuíno Marcondes Machado 357, em Campinas), com a exposição estendendo-se até 14 de outubro.
“Márcia Novaes não pinta flores. Ela extravasa em telas as memórias afetivas da infância, em sagrado compromisso com o mundo da botânica, com o qual convive o dia todo, obstinada em mantê-lo aprumado; à noite, atira-se ao prazer de ilustrar esse mesmo mundo por meio de intensas pinceladas.
Márcia não pinta flores.   Ela dá nova vida a inflorescências, pistilos, corolas, floema e nervuras. Vertendo água, luz e sombra necessárias, faz-nos acreditar ver apenas flores. Na dramaticidade das imagens, a artista retrata folhas rasgadas chorando dores e altivas papoulas respirando nuvens.
Márcia não pinta flores.  A folha rústica de sua bromélia é a asa do arcanjo Miguel, o copo-de-leite inspira poesias que ela verte na tela como musseline de seda; a magnólia é a madona que sofre enquanto o céu verte lágrimas cor-de-anil, em delicado pas-de-deux.
Márcia pinta dramas.  No ápice de sua dramaticidade, dá-se ao luxo de pintar em preto e branco e, ainda assim, produzir imagens intensamente coloridas e com formas e profundidade bem percebidas.
Márcia pinta extremos.  Enganando-nos os olhos com pretos absolutos e brancos puros, ela nos faz passear atônitos por tons azulados e matizes de ouro. Suas flores brancas flutuam soberanas no vazio da fictícia ausência de cores, em traços fortes, bem definidos e que não deixam dúvidas: Márcia atingiu sua maturidade artística.” (Ligia Testa)

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