Foto: divulgação. |
Após oito anos da última exposição,
durante os quais esteve envolvida com novos estudos, técnicas e descobertas, a artista
visual e paisagista Márcia Novaes
apresenta as obras de sua nova fase na exposição individual Infiorescenza. Ela traz 21 obras inéditas de grandes
formatos em óleo sobre tela e uma coleção memorável de gravuras dos mais
variados formatos. Infiorescenza, com
coordenação artística de Ligia Testa e Lucila Vieira, tem vernissage para convidados no dia 17, quarta-feira, às 19h30, na Tidelli (Avenida Jesuíno Marcondes
Machado 357, em Campinas), com a exposição estendendo-se até 14 de outubro.
“Márcia
Novaes não pinta flores. Ela extravasa em telas as memórias afetivas da
infância, em sagrado compromisso com o mundo da botânica, com o qual convive o
dia todo, obstinada em mantê-lo aprumado; à noite, atira-se ao prazer de
ilustrar esse mesmo mundo por meio de intensas pinceladas.
Márcia
não pinta flores. Ela dá nova vida a
inflorescências, pistilos, corolas, floema e nervuras. Vertendo água, luz e
sombra necessárias, faz-nos acreditar ver apenas flores. Na dramaticidade das
imagens, a artista retrata folhas rasgadas chorando dores e altivas papoulas
respirando nuvens.
Márcia
não pinta flores. A folha rústica de sua
bromélia é a asa do arcanjo Miguel, o copo-de-leite inspira poesias que ela
verte na tela como musseline de seda; a magnólia é a madona que sofre enquanto
o céu verte lágrimas cor-de-anil, em delicado pas-de-deux.
Márcia
pinta dramas. No ápice de sua
dramaticidade, dá-se ao luxo de pintar em preto e branco e, ainda assim,
produzir imagens intensamente coloridas e com formas e profundidade bem
percebidas.
Márcia
pinta extremos. Enganando-nos os olhos
com pretos absolutos e brancos puros, ela nos faz passear atônitos por tons
azulados e matizes de ouro. Suas flores brancas flutuam soberanas no vazio da
fictícia ausência de cores, em traços fortes, bem definidos e que não deixam
dúvidas: Márcia atingiu sua maturidade artística.” (Ligia Testa)
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