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Foto: Antonio Scarpa. |
Imagine um concerto multimídia com
intervenções em todo o espaço, mesas “transformadas” em instrumentos musicais e
computadores que dialogam com sax, flauta, teclado e percussão. A parafernália
sonora é o fio condutor do espetáculo Livre Digital: Fronteiras Musicais
Tecnologias que desafi(n)am os sentidos, que será realizado no
bar/restaurante Almanaque Café no
dia 28 de agosto, às 21h.
Livre
Digital tem curadoria e direção musical de Jônatas Manzolli e Stéphan Schaub, ambos da Unicamp e encerra
o 1º Colóquio Franco-Brasileiro de Análise e Criação Musicais com Suporte
Computacional, realizado na Unicamp pelo Núcleo Interdisciplinar de Comunicação
Sonora (NICS), em parceria com a Faculdade de Engenharia Elétrica e Computação
(FEEC), Instituto de Artes da Unicamp (IA) e Centro de Integração, Documentação
e Difusão Cultural (Ciddic).
No elenco, músicos franceses e brasileiros
com os ouvidos afinados (e antenados) à produção contemporânea, como Gérard
Assayag, Moreno Andreatta, Rogério Costa, Manuel Falleiros, José Eduardo
Fornari e o Grupu (com “u” mesmo) de Percussão da Unicamp.
Para explorar toda a capacidade inventiva
que o som provoca, Livre digital terá
uma abordagem multimídia com improvisações
semelhante a uma jazz session.
“Vamos deslocar o foco do palco para todo
o espaço com projeção de vídeo, sistema de caixas de som e computadores
tocando. Tudo para ampliar o sentido do som”, adianta o curador Jônatas
Manzolli, frisando não ser um espetáculo de “obras fechadas”. São estruturas
musicais, linguagens e paradigmas computacionais aplicados à música.
Para Caco Piccoli, o espetáculo vem ao
encontro da proposta do bar, pautada no conceito dos antigos almanaques – publicações que traziam em um único espaço, o entretenimento, a cultura, a
diversidade de informações e divertimento.
Em Livre
Digital, cabe ao espectador um mergulho nas múltiplas possibilidades
sonoras, abrir seus ouvidos e deixar-se surpreender.
Os
músicos
Jônatas
Manzolli é professor titular da Unicamp na área de Composição, pesquisador
do CNPq e coordenador do NICS. Sua produção bibliográfica foca o estudo de
sistemas interativos para composição em tempo real com aporte de modelos
cognitivos e matemáticos com cerca de 200 contribuições em periódicos,
capítulos de livros e anais de eventos. Em 2009, recebeu o prêmio “Zeferino
Vaz” concedido pela Unicamp por excelência na pesquisa em Artes. Suas
composições, apresentadas no Brasil e no exterior, versam sobre a interação
entre Arte e Ciência e focam obras eletroacústicas, multimodais e orquestrais.
Stéphan
Schaub atualmente pesquisa no seu Pós-Doutorado no NICS a análise
automática de sistemas interativos aplicados à improvisação. Sua pesquisa de
doutorado, na Universidade de Paris IV – Sorbonne, analisou sistemas formais de
composição musical e análise em obras selecionadas de M. Babbitt e I. Xenakis.
Gérard
Assayag é chefe da equipe RepMus e do Laboratório Multidisciplinar
“Sciences and technologies for music and sound” (STMS) do IRCAM. É uma das
referências na comunidade de composição auxiliada por computador nos últimos 20
anos. Seu trabalho centra-se no estudo de sistemas de composição e tecnologias
interativas para música. Assayag tem um histórico significativo na área da
computação musical e composição auxiliada por computador, documentado por um
grande número de publicações em importantes revistas científicas, e por uma
série de contribuições para livros especializados em linguagens de programação
e paradigmas computacionais aplicados à composição musical, improvisação ou
análise.
Moreno
Andreatta é teórico musical e matemático especializado em Teoria Matemática
da Música. Doutor em musicologia computacional com uma tese sobre os métodos
algébricos em música e musicologia do século XX e pesquisador do CNRS na área
de relações entre matemática e música. Foi coorganizador (com Carlos Agon) da
primeira década de seminários MaMuX do IRCAM (Matemática/Música e relações com
outras disciplinas). É membro fundador do Journal
of Mathematics and Music, a revista oficial da Sociedade de Matemática e
Computação em Música (SMCM), onde atualmente é o vice-presidente. É igualmente codiretor
dos duas outras publicações: Musique/Sciences
(Ircam/Delatour France) e Computational
Music Science (Springer).
Rogério
Costa (ECA/USP), professor livre docente, compositor, saxofonista e pesquisador,
realizou sua graduação e mestrado no Departamento de Música da ECA-USP e o
doutorado no Departamento de Comunicação e Semiótica da PUC-SP. Foi, durante
quatro anos, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Música da ECA/USP.
Possui vasta produção artística bibliográfica sobre improvisação publicada em
revistas, anais de congresso e livros. Atualmente coordena na USP um projeto de
pesquisa sobre a improvisação e suas conexões com outras áreas de estudo. É
integrante do trio de livre improvisação Musicaficta e também da Orquestra
Errante constituída por alunos da graduação e da pós-graduação da USP.
José
Eduardo Fornari (NICS/Unicamp) é formado em Engenharia Elétrica, modalidade
eletrônica, pela FEEC (Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação) da
Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Também é graduado em Música
Popular, modalidade piano, pelo Departamento de Música do Instituto de Artes
(IA) da Unicamp, da turma de 1991. Possui mestrado (Transformações Sonoras
através de Operadores Espectrais, em 1994) e doutorado (Síntese Evolutiva de
Segmentos Sonoros, em 2003), ambas no Departamento de Semicondutores,
Instrumentação e Fotônica (DSIF) da FEEC / Unicamp. Pesquisador visitante no
Center for Computer Research in Music and Acoustics (Ccrma) da Universidade de
Stanford, na Califórnia (EUA) (1996-1998). Desde 2008 é pesquisador do NICS/
Unicamp.
Manuel
Falleiros (Ciddic/Unicamp), compositor, improvisador, saxofonista. Doutor
em Processos Criativos pela ECA/USP.Bacharel e Mestre em Música pela
Unicamp. Desenvolve pesquisa em Livre
Improvisação, e outras formas de música improvisada. É pesquisador dos grupos
"Música Experimental: práticas contemporâneas", "CogNICS"e
"CyberSOM". Participou de concertos com improvisadores da Tailândia,
Espanha e Reino Unido, e em vários festivais. Ganhou prêmio de Composição
Clássica da Funarte, com sua obra O
Uiraçu. Atualmente é supervisor da Escola Livre de Música da
Unicamp/Ciddic, e desenvolve projeto de pedagogia musical baseado na
improvisação.
Grupo
de Percussão da Unicamp (Grupu) é formado por alunos do curso de percussão
do Departamento de Música da Unicamp, sob a direção do Professor Fernando
Hashimoto. Criado em 1998, o Grupu têm realizado anualmente temporadas de
concertos no Brasil e no exterior, tendo realizado duas turnês na Europa e uma
nos Estados Unidos. O histórico de atuação do Grupu inclui performances em
programas de rádio e televisão, colaborações com diversos artistas
internacionais como Miquel Bernat, Anders Astrand e Thierry de Mei entre
outros. Caracterizado por incluir em seus concertos obras inéditas de
compositores brasileiros bem como pelo comissionamento de novas obras, o Grupu gravou,
em 2005, seu primeiro CD - Configurações
para Percussão Contemporânea.
Serviço
Show: Livre
Digital: Fronteiras Musicais Tecnologias que desafi(n)am os sentidos
Onde: Almanaque Café (Avenida Albino José
Barbosa de Oliveira 1240, Barão Geraldo – Campinas). Telefone (19) 3249-0014
Quando: 28 de agosto (quinta-feira)
Horário: 21h
Entrada gratuita.
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