Sergio Squilanti - DCS/SAAE |
A Atol Consultoria Ambiental,
contratada pelo SAAE (Serviço Autônomo
de Água e Esgotos), deu início no último dia 17 ao Programa
de Monitoramento da Fauna Terrestre
na área de 1,3 milhão de m² onde será construída a Barragem do Rio
Capivari-Mirim, no Bairro Mirim.
Serão realizadas nove campanhas de monitoramento, sendo quatro
trimestralmente no primeiro ano de construção da obra, uma campanha seis meses
após a supressão da vegetação e mais quatro campanhas, trimestralmente, no
primeiro ano de operação do empreendimento. O objetivo do monitoramento é verificar a condição da fauna local e o quanto a obra
irá impactar na população faunística. A empresa também será a responsável pelo
manejo e salvamento dos animais durante a supressão da vegetação,
visando à diminuição dos impactos ambientais.
De acordo com coordenador Arthur S. Tahara, da Atol
Consultoria Ambiental, na primeira campanha, realizada de 17 a 23 de
agosto, foram encontrados ouriço, morcego, coelho, gambá, cuíca, sapos,
lagartos e vários tipos de aves, como canário do campo e papagaios. O relatório
completo será entregue ao SAAE em breve.
Para
captura e monitoramento dos animais, foram utilizados três pontos de
amostragem, com diversos tipos de armadilhas:
- Fotográfica, com sensor de
movimento e infravermelho;
- Pitfalls, que são recipientes enterrados no solo
intercalados com cercas guias destinadas,
principalmente, para animais que habitam o solo, como anfíbios e répteis;
- Armadilhas do tipo tomahawk e caixa sherman,
para captura de pequenos mamíferos, instaladas no solo e nas árvores;
- Redes de neblina aberta para
captura de aves e morcegos.
Após
a captura, é realizada biometria dos animais capturados, para medir peso e
comprimento, verificar o sexo, identificar a espécie e fazer a marcação antes
da soltura.
Nos
mamíferos, são colocados brincos de identificação; nos anfíbios, implantes
fluorescentes de elastômero. Os répteis recebem microchips e as aves e morcegos, uma anilha.
“O trabalho de monitoramento, manejo e salvamento das espécies é muito
importante para diminuir o impacto ambiental durante a construção da barragem”, enfatiza o superintendente do SAAE, engenheiro agrônomo
Nilson Alcides Gaspar.
A mesma preocupação foi tomada em
relação à preservação da ictiofauna (peixes) do Rio Capivari-Mirim, que será
represado A barragem contará com um canal para transposição dos peixes.
Neste caso da ictiofauna, outras seis
campanhas serão realizadas durante todo o período de execução da obra, que deverá estar
concluída em dois anos.
Os técnicos da Atol constataram a
existência de uma grande diversidade de peixes no Rio Capivari Mirim. Cerca de
550 peixes foram capturados e soltos durante o levantamento, sendo os de maior
ocorrência lambari, tambiú, ximboré, piava, piaba, peixe cachorro, peixe
cadela, traíra, saguiru, mato grosso, tuvira, itui, cascudo, lebiste, cará,
coridora e mandi chorão.
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