Tiago Carvalho |
Uma Moção de Repúdio, assinada pelo vereador Maurício Baroni (PMDB)
movimentou ontem (dia 26) a Câmara de Indaiatuba. O líder do governo e os
demais vereadores da casa se posicionaram claramente contrários ao fechamento
das escolas de educação especial. O assunto está sendo debatido nacionalmente e
deriva do documento-referência da Conferência
Nacional de Educação (Conae), que prevê no Eixo VII, número 488, item VII, que “o número de matrículas em educação especial, ofertada por
organizações filantrópicas, comunitárias e confessionais parceiras do Poder
Público seja congelado e, finalmente, essa modalidade de parceria seja extinta
em 2018, sendo obrigatoriamente assegurado o atendimento da demanda diretamente
na rede pública”. Com isso, entidades como a APAE seriam extintas e os
alunos teriam que ser atendidos pela rede estadual de ensino. O projeto, enviado
ao Senado pela presidente Dilma Rousseff, tinha em seu texto original a palavra
preferencialmente, mais tarde
modificada pelo senador José Pimentel (PT-CE) com a palavra obrigatoriamente (“... sendo obrigatoriamente assegurado o atendimento da demanda
diretamente na rede pública”).
Segundo justificativa do
vereador Maurício Baroni, “Caso seja
aprovada, tal atitude acarretará no fechamento de organizações comunitárias,
confessionais e filantrópicas como as APAEs, uma instituição séria que está
presente em mais de 2 mil municípios brasileiros e que desde 1954 vem
constituindo o maior movimento comunitário do mundo, sendo reconhecida pela sua
credibilidade, doação, amor e competência”.
Ainda segundo o autor da
moção, “A inclusão compulsória nas
escolas públicas pode ser danosa aos alunos que precisam de uma educação e
acompanhamento especial e que, acima de tudo, precisam de um ambiente escolar
que respeite o desenvolvimento de cada um e as escolas de ensino regular não
estão preparadas para receber estes alunos que necessitam de atenção especial e
ainda não possuem estrutura para uma mudança tão radical”.
A moção teve o apoio de
todos os vereadores de Indaiatuba e, além do autor, foi comentada e debatida
pelo presidente da Casa Luiz Alberto ‘Cebolinha’ Pereira (PMDB) e pelos
vereadores Túlio José Tomass do Couto (PMDB), Luiz Carlos Chiaparine (PMDB),
Bruno Arevalo Ganem (PV), Carlos Alberto Rezende Lopes (PT), Massao Kanesaki
(DEM), Gervásio Aparecido da Silva (PP) e Hélio Ribeiro (PSB).
“Acompanho de perto o excelente trabalho realizado pela APAE de
Indaiatuba que atende cerca de 600 alunos e sabemos que caso seja impedida de
continuar em atividade, trará grandes prejuízos educacionais aos alunos que
dela fazem parte e assim acontecerá com todas as demais Associações de Pais e
Amigos dos Excepcionais do Brasil inteiro, o que é inaceitável”, afirmou
Maurício, que ainda solicitou que todas as Câmaras do Brasil, em especial as da
região de Indaiatuba, façam o mesmo.
A sessão foi acompanhada por uma atenta audiência, que incluiu alunos, voluntários, funcionários e a diretoria da APAE Indaiatuba.
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