Para pensar:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia."

Mario Quintana

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Projeto ‘Adote um Analfabeto’ encerra primeira turma na Max Planck

Divulgação
Dados do censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelam que, da população com 15 anos ou mais, 13,9 milhões são considerados analfabetos. Pensando nisso, o curso de Pedagogia da Faculdade Max Planck, em Indaiatuba, deu início, em 2013, ao projeto Adote um Analfabeto como prática de ensino das disciplinas Educação de Jovens e Adultos I e II, ministradas nos 4º e 5º semestres, respectivamente. A cerimônia de encerramento da primeira turma aconteceu na sexta-feira, dia 7, na própria instituição.
De acordo com a professora da disciplina, que também é a responsável pelo projeto, Maria Guiomar Matheus Mazon, o Adote um Analfabeto surgiu como uma proposta pedagógica de alfabetização voltada para jovens e adultos e ganhou a adesão imediata de todos os alunos da disciplina que, para desenvolver o trabalho, se basearam no conteúdo ensinado em sala de aula. “Este projeto alternativo de alfabetização, através da prática de ensino semiformal, tem como objetivo viabilizar e garantir o direito constitucional de educação do cidadão aqueles que não tiveram a oportunidade de frequentar uma escola ou que não concluíram a trajetória escolar. Paralelamente a este objetivo, o projeto visa à qualificação docente e a capacitação teórica e prática dos futuros educadores no processo de alfabetização de jovens e adultos”, salienta a professora, que supervisionou o trabalho das alunas desde o início.
Além das 20 alunas da Pedagogia envolvidas diretamente na alfabetização dos alunos, os demais estudantes participaram do processo como auxiliares, organizando o material pedagógico, gravando depoimentos, preparando aulas, enfim, auxiliando os colegas que ministraram as aulas. O projeto foi desenvolvido com moradores de rua atendidos pela Comunidade Farol e aberto a outras pessoas que tinham interesse em ser alfabetizadas e as aulas foram ministradas na própria comunidade e até mesmo nas residências das pessoas alfabetizadas. “Ao mesmo tempo em que desenvolvo o meu conhecimento, estou levando o mesmo para pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar ou sequer concluir o Ensino Fundamental e fazer com que elas sintam-se úteis à sociedade. Meu desejo é que elas se desenvolvam e realizem o sonho que é de, pelo menos, assinar seu próprio nome. Com certeza, vou me sentir muito feliz”, comenta a aluna da Pedagogia Maria Genísia Feitosa.
Para o estagiário de horta do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) José Sebastião de Almeida, 57, o Projeto desenvolvido pelo curso de Pedagogia contribuiu para que ele aprendesse a fazer contas. “Eu sabia ler meu nome, mas depois das aulas eu aprendi outras coisas, gostei muito de participar”, ressalta o agora alfabetizado e ex-morador de rua que atualmente vive na Comunidade Farol.
Para ministrar as aulas, as alunas do curso de Pedagogia se utilizaram de algumas práticas vivenciadas em sala de aula, como o método alternativo de leitura e escrita e algumas técnicas e práticas diversificadas de ensino, combinando métodos e instrumentos didáticos criativos, além de se aproveitarem de situações, recursos e experiências concretas, abordados em microprojetos individuais e que contribuíram para esta alfabetização. “É um projeto muito bonito e é importante, pois cada conquista é uma vitória para eles e para nós. É preciso que todos tenham um carinho especial por cada pessoa”, salienta a aluna do curso, Maria de Jesus Cabral.
A avaliação final do projeto para a disciplina se baseou no acompanhamento constante da qualidade do processo e dos resultados alcançados por meio de entrevistas, laboratórios, vivência e situações reais e avaliações formais e informais, escritas e orais.

Nenhum comentário: