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Dados do
censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), revelam que, da população com 15 anos ou mais, 13,9 milhões são
considerados analfabetos. Pensando nisso, o curso de Pedagogia da Faculdade Max Planck, em Indaiatuba,
deu início, em 2013, ao projeto Adote
um Analfabeto como prática de ensino das disciplinas Educação de Jovens
e Adultos I e II, ministradas nos 4º e 5º semestres, respectivamente. A
cerimônia de encerramento da primeira turma aconteceu na sexta-feira, dia 7, na
própria instituição.
De acordo
com a professora da disciplina, que também é a responsável pelo projeto, Maria
Guiomar Matheus Mazon, o Adote um Analfabeto surgiu como
uma proposta pedagógica de alfabetização voltada para jovens e adultos e ganhou
a adesão imediata de todos os alunos da disciplina que, para desenvolver o
trabalho, se basearam no conteúdo ensinado em sala de aula. “Este projeto alternativo de alfabetização,
através da prática de ensino semiformal, tem como objetivo viabilizar e
garantir o direito constitucional de educação do cidadão aqueles que não tiveram
a oportunidade de frequentar uma escola ou que não concluíram a trajetória
escolar. Paralelamente a este objetivo, o projeto visa à qualificação docente e
a capacitação teórica e prática dos futuros educadores no processo de
alfabetização de jovens e adultos”, salienta a professora, que
supervisionou o trabalho das alunas desde o início.
Além das 20
alunas da Pedagogia envolvidas diretamente na alfabetização dos alunos, os
demais estudantes participaram do processo como auxiliares, organizando o material
pedagógico, gravando depoimentos, preparando aulas, enfim, auxiliando os
colegas que ministraram as aulas. O projeto foi desenvolvido com moradores de
rua atendidos pela Comunidade Farol e aberto a outras pessoas que tinham
interesse em ser alfabetizadas e as aulas foram ministradas na própria comunidade
e até mesmo nas residências das pessoas alfabetizadas. “Ao mesmo tempo em que desenvolvo o meu conhecimento, estou levando o
mesmo para pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar ou sequer concluir
o Ensino Fundamental e fazer com que elas sintam-se úteis à sociedade. Meu
desejo é que elas se desenvolvam e realizem o sonho que é de, pelo menos,
assinar seu próprio nome. Com certeza, vou me sentir muito feliz”, comenta
a aluna da Pedagogia Maria Genísia Feitosa.
Para o
estagiário de horta do Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência
Social) José Sebastião de Almeida, 57, o Projeto desenvolvido pelo curso de
Pedagogia contribuiu para que ele aprendesse a fazer contas. “Eu sabia ler meu nome, mas depois das aulas
eu aprendi outras coisas, gostei muito de participar”, ressalta o agora
alfabetizado e ex-morador de rua que atualmente vive na Comunidade Farol.
Para
ministrar as aulas, as alunas do curso de Pedagogia se utilizaram de algumas
práticas vivenciadas em sala de aula, como o método alternativo de leitura e
escrita e algumas técnicas e práticas diversificadas de ensino, combinando
métodos e instrumentos didáticos criativos, além de se aproveitarem de
situações, recursos e experiências concretas, abordados em microprojetos
individuais e que contribuíram para esta alfabetização. “É um projeto muito bonito e é importante, pois cada conquista é uma
vitória para eles e para nós. É preciso que todos tenham um carinho especial por
cada pessoa”, salienta a aluna do curso, Maria de Jesus Cabral.
A avaliação
final do projeto para a disciplina se baseou no acompanhamento constante da
qualidade do processo e dos resultados alcançados por meio de entrevistas,
laboratórios, vivência e situações reais e avaliações formais e informais,
escritas e orais.
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