Em
14 de junho comemora-se o Dia Mundial do Doador de Sangue e, assim como os
seres humanos, cães e gatos também precisam de transfusão de sangue e podem ser
doadores permanentes. De acordo com a diretora do Grupo Pet Care de Hospital
Veterinário, Drª Carla Alice Berl, o processo de doação funciona
praticamente da mesma maneira que o nosso. “O
animal precisa ser sadio e pode doar uma vez a cada três meses”, diz.
Com
animais doadores sempre disponíveis para atender as emergências, o hospital
coleta o sangue dos interessados em doar, realiza gratuitamente os testes
necessários e também realiza transfusões. “O
procedimento todo de coleta dura de 15 a 30 minutos e o doador terá exames
de sangue gratuitos, como em hospitais humanos. O animal precisa estar em
jejum de quatro horas e poderá receber alimentos assim que terminar a coleta”,
explica Drª Carla.
As
transfusões de sangue acontecem quando os animais são vítimas de acidentes, como
quedas e atropelamentos, entram em um quadro de hemorragia, sofrem algum tipo
de intoxicação, são envenenados, têm anemia por doença do carrapato ou
autoimune e até mesmo passam por um tratamento de câncer. “Quem vai determinar se o cão precisa de transfusão de sangue ou não é
o veterinário. Ele começará a pensar nisto quando a concentração de hemácias
por mililitro de sangue estiver abaixo de 22%”, esclarece a doutora.
Segundo
a especialista, para se fazer uma transfusão de sangue é preciso, antes de
qualquer coisa, saber se o animal é DEA positivo ou negativo. Os cães
têm 13 tipos diferentes de sangue e os gatos tem apenas três. Eles também
têm um fator que pode ser positivo ou negativo, como o rH dos humanos, mas para
eles esse fator é chamado de DEA. “Assim
como nos humanos, os animais que possuem sangue negativo só podem receber
negativo e os que têm positivo recebem os dois”, explica.
Além
dessa primeira análise, também é necessária a realização de uma prova de
compatibilidade sanguínea, por meio de um teste com o sangue do receptor com o
do doador, para averiguar se não há problema. Animais podem receber sangue
animal com outro tipo sanguíneo, mas pode ser feito apenas uma vez. “Depois disso o animal vai ficar reativo ao
tipo de sangue recebido. Temos de fazer todo o possível para que a transfusão
sanguínea não cause uma reação no animal que está recebendo o sangue”,
ressalta.
Ainda
segundo a diretora do Pet Care, os fatores determinantes para que um animal
possa se tornar doadores são tamanho, idade e histórico de saúde. No caso dos
cães, eles precisam ter peso acima de 28 quilos(são considerados doadores
ideais aqueles que pesam entre 35 e 60kg). Devem ter acima de um ano de idade,
não podem ter nenhuma doença crônica ou estar tomando medicamentos e
precisam ser testado negativo para doenças transmitidas por carrapatos. “Além disso, precisamos ter um hemograma,
exame de sangue, dentro dos padrões de normalidade”, conta Drª Carla.
Para
os gatos, as exigências sofrem pequenas alterações. “Preferimos animais domiciliados em apartamento como doadores, pois
eles apresentam menores riscos de serem portadores de doenças
transmissíveis, como por exemplo: AIDS, Leucemia e Haemobartonella”,
finaliza.
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