Promovido todo último domingo do mês
no estacionamento do piso térreo do Galleria Shopping, o Encontro de Carros
Antigos já virou uma tradição, atraindo cerca de 300 expositores a cada edição.
O evento é uma excelente opção de passeio e também reúne venda de peças,
acessórios, camisetas, bonés, revistas, miniaturas e todo tipo de artigo
relacionado ao antigomobilismo. Além de gerar entretenimento e cultura, o
Encontro de Carros Antigos possui cunho social. Para participar, os
proprietários de veículos devem levar 1 kg de alimento não perecível, que será
doado para entidades assistenciais de Campinas e região.
Tendo como base os modelos Falcon,
Fairlane e Mustang, em 1969 chegava ao mercado norte-americano o Ford Maverick,
um carro pequeno para os padrões daquele país. Com melhor dirigibilidade e
comportamento dinâmico que seus irmãos, o Maverick mantinha uma quase exigência
para os americanos: motor dianteiro e tração traseira.
O Ford Maverick era a versão familiar
do esportivo Mustang. O modelo chegou ao mercado com o motor Thriftpower Six, também usado no Falcon, com seis cilindros em linha, comando de
válvulas no bloco, válvulas no cabeçote, mas com duas opções de cilindrada: um
2,8 litros, com potência de 82 cv e 3,3 litros com 91 cv. Um ano depois chegava
um motor mais potente de 4,1 litros e 98 cv. O câmbio poderia ser manual ou
automático de três marchas. Mas a grande sensação chegaria em 1971, com o
histórico motor 302 V8, de 4,9 litros e 143 cavalos. O curioso é que freios a
disco, ar condicionado e direção hidráulica eram opcionais. No Brasil, a Ford
Motor Company precisava de algum modelo para fazer frente ao sucesso de vendas
da General Motors, o Opala. Através de pesquisas, o modelo escolhido era o
europeu Ford Taurus, mais moderno e bonito, mas que exigiria grandes
investimentos para desenvolvimento e produção de um novo motor. Assim, a
decisão recaiu em cima do Maverick norte-americano.
No Salão do Automóvel de 1972, o carro
era apresentado ao consumidor brasileiro e começou a ser vendido no meio do ano
seguinte. O modelo inicial foi como motorização seis cilindros em linha, de 3
litros e 112 cavalos. Esse motor já era utilizado no Aero Willys. Alguns
meses depois chegou o que causaria maior impacto: o modelo GT. No lançamento,
chegou a ter mais de um ano de fila de espera. Com motor 302 V8, chegava para
brigar com o Dodge Charger V8 de 5,2 litros e o Opala SS seis cilindros em
linha de 4,1 litros. Com um forte apelo esportivo e bem mais equipado, o
Maverick GT atingia a velocidade máxima de 180 km/h e fazia de 0 a 100 km/k em
11 segundos. Para a época, eram números muito bons e enfrentava seus
concorrentes com méritos. Porém, tinha muitos problemas, como freios deficientes,
superaquecimento do motor e alto consumo. O superaquecimento do motor foi
resolvido com o tempo, o restante, nunca. O alto consumo foi também um dos
motivos do fracasso do modelo de seis cilindros, que tinha um desempenho
sofrível e consumo igual ao do modelo de oito cilindros.
Com a crise de combustível, em 1975,
surgia o modelo com quatro cilindros em linha. Sem nunca ter sido um sucesso de
vendas e demonstrando o erro ao não ter apostado no Taurus, em abril de 1979 a
Ford descontinuou o Maverick, depois de terem sido produzidas 108.106 unidades.
Porém, até hoje o carro tem verdadeiros e apaixonados admiradores e é um dos
modelos mais desejados pelos colecionadores, o que torna seu preço bem elevado.
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