O Arquivo Público Municipal, ligado à Fundação Pró-Memória, está passando por um processo de digitalização, o que posteriormente facilitará a pesquisa de todo o material arquivado. Segundo a diretora do Arquivo, Adriana Carvalho Koyama, a digitalização é um processo demorado, que muitas vezes leva anos até ser concluído. “Temos milhares de documentos e ainda há muito trabalho a fazer até que possamos ter todo o acervo documental digitalizado”, comenta a historiadora. Em breve o Arquivo Municipal também contará com um novo site contendo informações sobre todo material arquivado além de um histórico da criação do próprio arquivo. Porém, a disponibilização do conteúdo documental na rede mundial de computadores está longe de ser concretizada. “Os responsáveis por arquivos públicos de muitas cidades e países estão estudando maneiras de garantir a autenticidade dos documentos para que não haja o risco de adulteração do material, por exemplo,” relata Adriana.
No Arquivo Público Municipal estão armazenados documentos produzidos pela administração pública municipal, especialmente provenientes da Prefeitura e da Câmara, que podem ser classificados como correntes (que ainda estão em tramitação ou são constantemente consultados), intermediários (documentos que não são mais de uso corrente mas cumprem prazo determinado para arquivamento) ou permanentes (de importância histórica para o município).
Datado do período de 1832 a 1860, a ‘Eleição Paroquial da Freguesia de Indaiatuba’ é o mais antigo registro histórico arquivado no local. Para que os documentos de grande valor histórico mantenham suas características e continuem sendo preservados por décadas e séculos, a equipe de funcionários toma o cuidado de manuseá-los somente com luvas esterilizadas.
No local também há acervos de fotografias e mapas da cidade datados de diferentes períodos, de todos os jornais do município desde a criação do Arquivo, em 1994, além de um conjunto de documentos e pertences de pessoas públicas, como dos ex-prefeitos Dr. José Cardoso da Silva e Francisco Xavier da Costa, que administraram o município entre as décadas de 30 e 40. O Arquivo Municipal conta também com partituras, escritos, diplomas e diversos outros objetos que pertenceram ao músico Nabor Pires de Camargo.
Ao contrário do que muitas pessoas podem pensar, grande parte dos documentos arquivados são de uso restrito do Poder Público e, em alguns casos, somente os funcionários do local têm acesso aos registros. “O Arquivo é um importante suporte para a administração pública, para a garantia de direitos dos cidadãos e também para a pesquisa histórica e cultural”, explica a diretora Adriana Carvalho Koyama.
O Arquivo Público Municipal ‘Nilson Cardoso de Carvalho’, criado pela Lei 3.076 de dezembro de 1993, foi um dos pioneiros no que se refere à preservação da documentação pública municipal. A iniciativa de criar o espaço físico para armazenar os registros públicos de forma ordenada partiu de um grupo liderado pelo presidente da Fundação Pró-Memória, Antonio Reginaldo Geiss e pelo historiador Nilson Cardoso de Carvalho, que durante dez anos pesquisou sobre a história de Indaiatuba em diversos arquivos do Estado de SP. Com a orientação das historiadoras Ana Maria de Almeida Camargo e Janice Gonçalves, ambas pertencentes à Universidade de São Paulo (USP), foi implantado em Indaiatuba um Arquivo Público moderno que até hoje é modelo para muitas cidades brasileiras.
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