Quando penso na prisão da empresária Eliana Tranchesi não vejo como não respeitar uma decisão da Justiça Federal punindo-a pela sonegação de cerca de um bilhão de reais. Mas não deixa de me incomodar a pirotecnia em torno da figura dela (e por extensão, da Daslu), como se representasse a origem de toda a pobreza e outras mazelas brasileiras. Sem dúvida, dinheiro de impostos é o meu, o seu, o nosso dinheirinho; mas e os envolvidos na roubalheira do dinheiro do governo, os convivas do ignominioso Mensalão? O mais notório deles cogita se candidatar a cargo eletivo, como que escarnecendo daqueles que roubou e de quem espera receber imunidade.
E o que dizer da disparidade entre a pena inflingida a Eliana Tranchesi, de 94 anos e meio de reclusão, e a da parricida e matricida Suzane von Richtofen, de 39 anos de cadeia? Sem dúvida, a extensão dos danos provocados pela sonegação da Daslu atinge um número de pessoas muito maior que a crueldade perpetrada por Suzane, mas e a maldade atroz do ato desta? Merece menor punição? Bom, são dúvidas e ponderações que me ocorrem, que ocorrem a um leigo que não consegue compreender nem a insensibilidade e ousadia dessas pessoas nem o complicado sistema legal brasileiro.
Um comentário:
Concordo em parte, pois é de pouquinho em pouquinho que se vai colocando "ordem na lojinha". Esperar uma grande modificação desta nação acostumada a "pão e circo" é meio fantasioso, mas pequenos gestos de justiça nos fazem acreditar que ainda existem pessoas bem intencionadas neste país.
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