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Foto: Eliandro Figueira - SCS/PMI.
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O prefeito de Indaiatuba, Reinaldo Nogueira, apresentou na
terça-feira (18) pela manhã durante coletiva de imprensa o balanço de oito
meses do Programa Viver.
Participaram também o ator Marcos Frota, o coordenador do Programa, Renato
Stochi, a secretária de Educação, Rita de Cássia Trasferetti, o secretário da
Família e do Bem estar Social, Luiz Henrique Furlan e o colaborador da
Administração Municipal, Baldomero Barbará.
O programa multidisciplinar foi lançado em março com a
criação da Central de Risco, composta por funcionários qualificados e um software de última geração. Assim que
recebe a indicação de uma pessoa vulnerável, ela envia uma equipe treinada do CRAS
(Centro de Referência de Assistência Social) para referenciar e acolher a
família. Com todos os dados em mãos, os profissionais traçam um Plano de
Atendimento específico levando em conta o local da residência e projetos
existentes no banco de dados. Essa pessoa é convidada a participar desse plano.
Mensalmente é acompanhada para avaliação, revisão e alterações no programa, até
seu desligamento ou necessidade de outras intervenções.
O projeto foi estruturado sobre cinco premissas básicas:
proteger crianças e adolescentes que não estão envolvidos com as drogas;
recuperar os iniciantes, que devem ser reintegrados à vida produtiva e
saudável; trabalhar a drogatização considerando a necessidade de recuperar dependentes
químicos como missão da sociedade; combater com ações permanentes e enérgicas o
traficante e o fornecedor de entorpecentes. O sucesso do programa está
diretamente vinculado à participação de toda a sociedade.
Em oito meses, foram atendidos 234 casos; destes, 80,8%
foram encaminhados aos órgãos competentes, 19,2% receberam orientação
profissional e 23,08% aderiram ao tratamento.
Reinaldo ressaltou alguns resultados dos primeiros meses do
Viver. “O Programa Viver é como uma
indústria; existe construção do prédio, colocação dos equipamentos e agora
estamos na fase de produção. A equipe inicial observou todas as ferramentas
possíveis. Sabemos que a droga é um problema social sério e começamos pelo social
com foco na prevenção e o próximo passo será a saúde”, comenta Nogueira e
continua. “Em 2015 queremos apresentar o
Viver para o Governo do Estado”. Ao final agradeceu a todos da equipe em
especial.
O coordenador do Programa Viver fez a apresentação dos trabalhos.
Renato destacou as tarefas iniciais de todas as Secretarias envolvidas e o
apoio dos órgãos da sociedade civil, entidades, empresas, ONG, Conselhos
Municipais, Ministério Público e Poder Judiciário. “Temos que ter responsabilidade sadia”, enfatizou. “Foram 27 escolas de 5º ano trabalhadas,
totalizando 2.387 alunos. Foi feita a divulgação do Programa em 63 escolas, um
total de 9.464 alunos e 134.890 pais e responsáveis”, revelou Renato.
O coordenador do Programa destacou que há um Sistema de
Informação próprio, que inserindo os dados avalia o risco e já classifica em
qual faixa a pessoa se encontra: verde, amarelo, que é sinal de alerta e
vermelho, que indica a dependência. “E
assim o programa encaminha para o órgão que pode acolher a pessoa”.
O ator Marcos Frota, “padrinho” do projeto, declarou que o
Viver requer um trabalho consciente e corajoso. “Faço parte do Conselho Nacional sobre Drogas e durante a reunião de
trabalho com a equipe sugeri que seja feito um Decreto para que o projeto
continue, mesmo quando terminar o mandato do Reinaldo”, salientou e manteve
o discurso. “Este programa tem tudo para
ser referência para o Brasil; não podemos desperdiçar lideranças, temos que
conduzir o processo do começo ao fim. Indaiatuba é uma cidade privilegiada e o
Viver sugeriu caminhos concretos para a prevenção do uso das drogas”,
disse.
O Programa Viver desenvolveu ações de prevenção, desde a
creche até o quinto ano do ensino fundamental, ano em que as ações são mais
específicas e acentuadas, com a participação do Proerd e com a utilização de um
material específico complementar ao material didático “Conviver e Aprender”
sobre substâncias psicoativas. Todos os alunos de 5º ano e mais 80 professores
receberam formação e cartilha do Programa Viver.
A estratégia é focar as ações na prevenção para crianças e
adolescentes em idade escolar; intensificar ações para as crianças e
adolescente em situação de risco, oferecendo serviços que auxiliem a convivência
sadia com atividade de contraturno; trabalhar a dependência com os recursos
existentes, mais a rede de informações do Programa Viver e combater de forma
energética e constante o traficante.
O principal objetivo na área de prevenção é fornecer
informações gerais sobre as diversas substâncias usadas como drogas, permitindo
aos orientadores prepararem os alunos para lidarem com sua curiosidade sobre o
assunto e evitarem o contato com as mesmas.
Foram sugeridas pela equipe pedagógica indicações literárias
(literatura infantil, do acervo da creche ao quinto ano do ensino fundamental)
que têm por objetivo orientar o trabalho de professores e educadores em geral
com possibilidades para o debate de temas relevantes que dizem respeito à
valorização da vida e da saúde física, emocional e social dos alunos.
A Prefeitura elaborou também este ano a ‘Carta de
Indaiatuba’ com o objetivo de pedir adesão ao Programa para entidades
religiosas solidárias e ONGs para que abracem a causa e unam forças ao Programa
Viver na organização e união de todos na luta contra as drogas. Durante esses
oito meses 51 entidades assinaram a ‘Carta de Indaiatuba’.
As metas para 2015 são a elaboração de um plano piloto
integrado e ampliação das ações estratégicas em parceria com empresas do
município, além de ampliar ações conjuntas com Escolas Estaduais, viabilizar
parceria de tratamento com equoterapia (que amplia e ativa os neurônios), ampliar
parceria com Rotary, Lions, igrejas e ONGs, aplicar o projeto de laborterapia
para dependentes e buscar apoio Federal no Senad (Secretaria Nacional de
Políticas sobre Drogas).
Após a coletiva de imprensa, as autoridades municipais
acompanharam o ator Marcos Frota para conhecer a Central de Risco e o CAPS AD. Na
terça-feira (18) às 19h30 foi realizada uma apresentação dos dados do Programa
Viver para a população interessada, também com a presença do ator.
Programa Viver em
números
Na evolução dos atendimentos temos: fevereiro 1 (0,43%);
março 23 (9,83%); abril 29 (12,39%); maio 20 (8,55%); junho 22 (9,40%); julho
(12,82%) agosto 41 (17,52%); setembro 39 (16,67%); outubro 29 (12,39%),
totalizando 234 (100%).
Separando por sexo, foram atendidos 31,6% de mulheres e
68,4% de homens. O atendimento por idade seguiu da seguinte maneira. Maior de
18 anos 5 (2,14%); de 1 a 5 anos 0 (0%); de 6 a 10 anos 7 (2,99%); de 11 a 15
anos 38 (16,24%); de 16 a 20 anos 47 (20,09%); de 21 a 25 anos 32 (13,68%); de
26 a 30 anos 32 (13,68%); de 31 a 35 anos 22 (9,40%); de 36 a 40 anos 18
(7,69%); de 41 a 45 anos 10 (4,27%) de 46 a 50 ano 8 (3,42%); de 51 a 55 anos 6
(2,56%); de 56 a 60 anos 3 (1,28%) de 61 a 65 anos 4 (1,71%) de 66 a 70 anos 1
(0,43%); de 71 a 75 anos 1 (0,43%) e de 76 a 80 anos 0 (0%), totalizando 234
(100%).
O atendimento por escolaridade seguiu da seguinte maneira:
Analfabeto 1 (0,43%); Fundamental I – 14 (5,98%); Fundamental II – 92 (39,32%;
Ensino Médio 79 (33,76%); Superior 6 (2,56%); Não Informado 42 (17,95%),
totalizando 234 (100%).
Contabilizando o atendimento por tipo de contato, foi obtida
a seguinte proporção: 3,4% por indicação; 5,6% por e-
mail; 42,7% por telefone e 48,3% pessoalmente. Separando por
orientação e atendimento (lembrando que por orientação, devem ser entendidos os
atendimentos a pessoas que contataram o Programa Viver solicitando apenas
informação, não gerando encaminhamento). Foram 45 orientações, o que representa
19,2% e 189 atendimentos, equivalente a 80,8%.